Revista Graphprint - Edição 170 - page 43

GRAPHPRINT OUTUBRO 16
Cenário
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dadedaproduçãoeoconsequenteequilíbriodascontasexternas,
delegando aoBancoCentral apenas a execução desta política.
Outro pilar é amanutenção da inflação baixa e estável, fator indis-
pensável para o ambiente de negócios. A Abimaq acredita que o
governodeveadotar umapolíticafiscal responsável, com limitação
degastospúblicosem relaçãoaoPIB,eeliminar todosos resquícios
de indexação ainda existentes em tarifas ou preços administrados,
em salárioseem todosos contratospúblicoseprivados.
O terceiro pilar é a implementação de juros adequados. Enquanto
se ganhar 15% ou 16% ao ano sem qualquer risco não teremos
investimento no setor produtivo. AAbimaq defende a necessidade
demudançasnaatual políticamonetáriapara torná-laeficaz,sendo
que o Banco Central precisa eliminar a Selic, adotando uma taxa
de jurosde curtoprazo, neutraounegativaem relaçãoà inflação, e
deixandoaomercadoadefiniçãoda taxade jurosde longoprazo.
O último pilar é a adoção de carga tributáriamenor, pois nós es-
tamos, pelo menos, dez pontos percentuais acima da média dos
países em estágio de desenvolvimento semelhantes ao Brasil. A
Abimaq acredita que uma reforma tributária que reduza a carga
e simplifique omodelo tributáriomelhorará consideravelmente a
competitividade sistêmica do país.
QuaissãoaspropostasdaAbimaqparaqueopaísadoteuma
efetivaPolítica Industrial?
Marchesan:
Recentemente, entregamos a diversas instâncias do
governo uma agenda com apontamentos de temas relacionados
à competitividade, mercado externo e tecnologia, com a respec-
tiva fundamentação e propostas, que devem ser trabalhadas pelo
Poder Público para a definição de uma política industrial que re-
almente colabore com a retomada dos investimentos e o cresci-
mento do país.
Em relação ao mercado externo, quais são as propostas da
Abimaq?
Marchesan:
Câmbio competitivo, ou seja, acima de R$ 3,80 por
dólar, é essencial, bem como a disponibilidade de financiamentos
em volumee custos adequados, tantoparaaprodução comopara
a venda ao cliente. OReintegra (RegimeEspecial deReintegração
de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras), em valo-
resquecompensemos impostosnão recuperáveis, embutidosem
nossos preços, deve ser mantido enquanto a reforma tributária
não eliminar sua necessidade. Defendemos ainda a revisão dos
Regimes Especiais, excluindo os que nãomais se justificam e eli-
minando, nos restantes, seu viés importador; a necessidade do
fortalecimento dos instrumentos de inteligência artificial; a revi-
são do modelo de concessão de Ex-tarifários e das alíquotas do
imposto de importação para adequá-las à sua função de garantir
uma proteção efetiva à produção nacional.
JoãoCarlosMarchesanassumeapresidênciadoconselhoda
administraçãodaAbimaq/Sindmaq:
“Estamos em um país onde o setor público paga quase 10% do
PIB ao ano em juros, e o setor privado, outros 10%, enquanto o
‘grosso’da indústria está endividada, com problemas fiscais e
legais, com passivos trabalhistas emmontantes difíceis de avaliar,
inserida em uma enorme cadeia de inadimplência e convivendo
com um governo que está pensando em aumentar impostos e com
um setor bancário que não percebeu ainda que estámatando sua
galinha de ovos de ouro.”
Noque tangea tecnologia,quaisospontoscontidosnaagen-
da apresentada pelaAbimaq?
Marchesan:
Nós defendemos o desenvolvimento do Programa
Inova Máquinas, integrando e aprimorando os instrumentos de
apoio disponibilizados pela Finep (Financiadora de Estudos e Pro-
jetos), BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social), CNPq (ConselhoNacional deDesenvolvimentoCientífico e
Tecnológico) eCapes (CoordenaçãodeAperfeiçoamentodePesso-
al deNível Superior), para promover o aumento da competitivida-
dedeprodutos,serviçosesoluçõesemmáquinaseequipamentos
ea integraçãocomasempresasbrasileirasemáreasprioritáriase
estratégicas da política industrial; fomento à inovação, demodo a
rever o Estatuto dos Fundos Setoriais, transformando-os de Fun-
dos Orçamentários (sujeitos a contingenciamentos) para Fundos
Financeiros (garantindo recursosfinanceirosparaprojetosde ino-
vação aprovados nas várias modalidades); e fortalecimento das
empresas de engenharia nacional.
Nodocumento, tambémapontamosanecessidadedaelaboraçãode
agendas tecnológicassetoriaisparaossetoresestratégicosdacadeia
debensdecapital.Outro item importanteéaelaboraçãodediretrizes
para políticas e estratégias sobre o desenvolvimento damanufatura
avançadanoBrasil, fator estequemudaráa realidadedopaísealte-
raráoeixododesenvolvimentodas indústriasnacionais.
Em resumo, precisamos tratar como prioritário o planejamento do
Brasilquequeremosparaaspróximasgerações,sendoquea indús-
tria de bens de capital e as sugestões elencadas na nossa agenda
serãoospilaresparaa recuperaçãodos investimentosea retomada
dacompetitividadeda indústriademáquinaseequipamentos.
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