Revista Graphprint - Edição 170 - page 42

CENÁRIO
GRAPHPRINT OUTUBRO16
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Marchesan assume a presidência do conselho de administração
daAbimaq / Sindimaq comodesafiodeatuar juntoàs esferas po-
lítica do país no sentido de recuperar os investimentos paraman-
ter a representatividadee forçapolíticaqueaentidadeconquistou
ao longo de sua existência.
Nas vésperasde completar 80anos, aAbimaq trabalha incansavel-
mente na luta pela retomada da competitividade do setor de bens
de capital mecânicos, diminuição da ociosidade das fábricas e au-
mentodaparticipaçãoda indústrianacional nomercadoexterno.
Devido às ações, conquistas e aos eficientes serviços que a en-
tidade presta, a Abimaq tem mantido o número de associadas
e empresas representadas, mesmo com o cenário adverso da
economia. Este é um dos objetivos deMarchesan, que concedeu
entrevista apresentando sua visão sobre a atual conjuntura, os
propósitos de sua gestão e as ações em curso a que dará prosse-
guimento emdefesa da indústria demáquinas e equipamentos.
Quaisosproblemasdecorrentesdoatual cenárioeconômico?
Marchesan:
Estamos emumpaís ondeo setor públicopagaqua-
se 10% do PIB ao ano em juros, e o setor privado, outros 10%,
enquantoo“grosso”da indústriaestáendividada, comproblemas
fiscais e legais, com passivos trabalhistas emmontantes difíceis
de avaliar, inserida em uma enorme cadeia de inadimplência e
convivendocomumgovernoqueestápensandoemaumentar im-
postos e comum setor bancárioquenãopercebeuaindaqueestá
matando sua galinha de ovos de ouro.
Qual deveráser ocaminhoadotadopelopoderpúblicoparaa
retomada do crescimento do país?
“Sem investimentonãohácrescimento”
APARTIRDAASPASQUEVIROU
TÍTULODAMATÉRIA, JOÃO
CARLOSMARCHESANASSUME
APRESIDÊNCIADOCONSELHO
DAADMINISTRAÇÃODAABIMAQ/
SINDMAQCOMOCOMPROMISSO
DEDARCONTINUIDADEATODASAS
AÇÕESQUEDEFENDEMOSETORDE
MÁQUINASEEQUIPAMENTOSDOPAÍS
Marchesan:
A saída para o Brasil voltar a crescer é o investi-
mentona indústriade transformaçãopor contade seumaior valor
agregado e pelos maiores ganhos de produtividade. O país não
vai crescer com serviços ou comércio. Temos em nossa agenda
de Política Industrial o plano de renovação do parque industrial
brasileiro. Somente será possível com financiamentos competiti-
vos em um ambiente de retomada do crescimento. Mas para isso
precisamos resolver dois temas incluídos na agenda da Abimaq:
a ampliação dos prazos de recolhimento de impostos e contribui-
ções e a escassez e custo do capital de giro vigente nomercado,
dois grandes fatores que levam as empresas à inadimplência fis-
cal. O refinanciamento dos débitos tributários é igualmente im-
portante porque somente com a regularidade fiscal as empresas
e seus clientes têm acesso aos financiamentos oficiais, como os
doBNDES, condição indispensável para quando houver demanda.
Noâmbitomacroeconômico, quais sãoas políticas dedesenvolvi-
mentoqueaAbimaqentende serem recomendadasparaoBrasil?
Marchesan: Políticas que tenham foconodesenvolvimento tecno-
lógico,na inovação,naprodutividadeeemumamaior competitivi-
dade da indústria brasileira precisam de um ambientemacroeco-
nômico favorável ao investimento produtivo ou, aomenos, de um
ambiente que não lhe seja hostil.
Quaissãoascondiçõespara tornar viável esse tipodepolítica?
Marchesan:
É necessário que o governo atue sobre quatro pi-
lares: câmbio com baixa volatilidade e mantido competitivo. Nós
defendemos que o governo defina a política cambial por meio de
umórgãoespecífico (COPOC -ComitêdePolíticaCambial),explici-
tandoasmetaseosobjetivoscapazesdeassegurar acompetitivi-
1...,32,33,34,35,36,37,38,39,40,41 43,44,45,46,47,48,49,50,51,...52
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