Revista Graphprint - Edição 161 - page 10

GRAPHPRINT DEZEMBRO15
ENTREVISTA
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LEVI CEREGATO
FábioSabbag
IDEIASPROPOSITIVASNORTEIAM LIDERANÇA
Sim, é verdade que nem tudo são flores no atual cenário vivido pelo setor gráfico. Sensível às oscilações de diversas áreas
da economia, omotor da impressão sente os trancos e solavancos da economia brasileira. Quando algo não funciona, a im-
pressão reclama sintomaticamente.
No entanto, como nem tudo pode ser espinho na vida, a desfavorável oscilação cambial atual acaba sendo favorável pelo
ponto de vista da exportação.É nesse quesito externo que Levi Ceregato, presidente nacional da Associação Brasileira da
IndústriaGráfica (Abigraf), confiapara apontar, nesta entrevista, como o setor gráficobrasileiropode oxigenar seus negócios
mundo afora.
Durante o 16º Congresso Brasileiro da Indústria Gráfica (Congraf), realizado no Rio de Janeiro entre os dias 30 de setembro
e 2 de outubro e que teve como tema“A indústria gráfica em (R)evolução: uma agenda (PRO)positiva”, Ceragato disse: “Nós,
empresários, não podemos continuar à espera de soluções do Estado. Necessitamos, sim, de segurança jurídica, de reforma
trabalhistaedoestabelecimentodeumacarga tributária justapara,emsintoniacomosmelhoresprincípiosda livre iniciativa,
melhorar nossa competitividade e realizar investimentos essenciais aos novosmercados em que a indústria gráfica poderá
se fazer presente.”
Dentre esses novos mercados, Ceregato cita, por exemplo, o da impressão 3D, que promete utilizações em atividades tão
díspares quanto amedicina e a construção civil. “É uma revolução no conceito de impressão, tão importante quanto o sur-
gimento da comunicação de massa, protagonizada pela indústria gráfica no passado e essencial para a consolidação da
democracia”, completou o presidente daAbigraf.
Recentemente, em outro artigo, Ceregatomostrou que,mesmo que custassemmuitomais do que os R$ 7,83 por exemplar
vendido ao governo (fonte: pesquisa Fipe/CBL/Snel), os livros didáticos, paradidáticos e de literatura distribuídos aos alunos
das escolas públicas ainda seriam os“mais baratos domundo”. Afinal, não hámelhor relação custo benefício do que prover
leitura, conhecimento e informação comomeios para a inclusão socioeconômica e democratização das oportunidades. Isso
é aindamais relevante numa sociedade de alta disparidade de renda, como a brasileira.
Assim, é lamentável o atraso doMinistério da Educação nos pagamentos a editoras relativos à compra de livros didáticos do
EnsinoMédioedoEnsinoFundamental.Emdecorrênciadesseproblema,hásério riscodequeasempresasnãoconsigamentre-
gar partedosexemplaresparaoano letivode2016,oqueseriaumdesastreparaosalunosdebaixa rendadaPátriaEducadora.
Segundo informaçõesdomercado,aseditoras trabalhamcomumadívidaem tornodeR$600milhões. Levantamentonosistema
de acompanhamento de gastos federaismostra que os livros entregues até outubro somavam valor de R$ 545,8milhões, dos
quaisogovernohaviapagado somenteR$106,4milhões. (Leiaoartigocompletonestaedição).
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