Revista Graphprint - Edição 141 - page 7

GRAPHPRINT MAR 14
7
ENTREVISTA
GRAPHPRINT: Já falamos no texto de abertura um pouco
sobre a trajetória nestes dois anos. Podemos, então, en-
trar efetivamente na Ferrostaal do presente?
Möller:
Naquele momento, 2011/2012, houve a antecipação
de um processo de transição que estava planejado. Quando
assumimos a direção da empresa, tínhamos alguns desafios.
Um deles era adequar nossa linha de produtos e soluções
para a nova realidade do mercado e do mundo gráfico.
A Ferrostaal é uma empresa consolidada e tradicional forne-
cedora da indústria gráfica, mas o próprio setor vem passando
por transformações. Por isso, mudanças eram e são necessá-
rias, estudamos detalhadamente o momento com o objetivo de
readequar nossa estrutura e nosso portfólio de soluções.
Um primeiro ponto que vale ser
destacado é a questão da es-
tratégia para digital. É um seg-
mento importante, no passado
vivemos uma experiência que,
por diversos motivos, não foi
bem-sucedida.
Partimos para o desafio de
encontrar um caminho seguro
amparado a um bom parcei-
ro tecnológico. Após profunda
pesquisa, em 2013 optamos
por iniciar a parceria com a
MGI, fincando assim o pé no
digital. Há grande sinergia com MGI, que já vinha sendo re-
presentada pela Ferrostaal em alguns países.
Estamos felizes com o primeiro ano de cooperação. Inicia-
mos em março (Expoprint Digital) e nos primeiros meses já
tínhamos duas DP8700XL instaladas. Nossa expectativa para
o primeiro ano era de comercializarmos um número superior
de unidades, mas a indústria gráfica de um modo geral não
estava compradora. Sabemos como anda o mercado, os de-
safios das gráficas, e as dificuldades que todos fornecedores
têm encontrado. Mas fizemos nosso dever de casa, temos um
trabalho que julgo bem-feito e que vai gerar bons resultados
em 2014.
Hoje, temos um showroom muito bem montado onde os clien-
tes podem conhecer e testar a tecnologia MGI, que tem como
principal destaque a inigualável capacidade de imprimir so-
bre substratos especiais (PVC, BOPP, metalizados e diversos
outros materiais sintéticos) com altíssima qualidade e baixos
custos operacionais. E, ao visitar nosso showroom, nossos
clientes têm também a oportunidade de conhecer melhor a
estrutura da Ferrostaal.
GRAPHPRINT: Em relação à gestão quais foram os avanços?
Möller:
Várias mudanças aconteceram recentemente na Fer-
rostaal, é verdade. Começando pela matriz na Alemanha, que
também passou por um processo de reestruturação para se
enquadrar no novo modelo organizacional da MPC.
Por aqui, substituímos alguns profissionais, alteramos a for-
ma de atuação interna. Precisávamos de mais eficiência nos
processos, que foram revistos, para que pudéssemos funcio-
nar bem com uma estrutura mais enxuta e mais versátil.
Agora não existem departamentos fechados. O desafio foi re-
duzir custo e, ao mesmo tempo, aumentar nossa eficiência.
Passados dois anos, estou extremamente satisfeito com os
resultados. Deu trabalho, teremos ainda mais trabalho, mas o
grosso já foi feito.
Um segundo objetivo era reava-
liar nossos parceiros tecnológi-
cos, fabricantes que represen-
tamos. Quais produtos e quais
linhas estavam adequados para
o cenário atual de nossa indús-
tria gráfica, de nossos clientes.
Nem sempre o melhor caminho
é o mais simples.
As dificuldades apresentadas
pelo cenário econômico mundial
e nacional existem para todos,
afetam quase todos os segmen-
tos da indústria no Brasil. A área gráfica tem suas particu-
laridades, claro, pelo processo de transformação que passa.
Não estamos fora dessa nova realidade, nem os nossos clien-
tes. O grande desafio das empresas é conseguir manter suas
margens, que foram sendo espremidas ao longo dos últimos
anos. É preciso excelência para manter os resultados, mas
fazê-los crescer somente é possível com tecnologia que traga
diferenciação.
Nossa meta não é apenas apresentar máquinas que atendam
às solicitações iniciais de nossos clientes, o que normalmente
seria o caminho mais simples. O objetivo é tentar mostrar a
cada cliente como alguma nova tecnologia, aliada à produtivi-
dade e qualidade que busca, poderá trazer para o seu negócio
algum diferencial. Agregar valor em seus impressos e, como
consequência, melhorar a rentabilidade comercial.
Emmuitos casos, ao oferecermos algo diferente do que o clien-
te imaginou investir, tornamos o processo de desenvolvimento
do projeto mais longo. A nova avaliação acaba retardando a
decisão do cliente, mas, ao final, sabemos que será um inves-
timento que viabilizará o negócio da empresa, que trará novo
“Agora não existem departamentos
fechados. O desafio foi reduzir custo e, ao
mesmo tempo, aumentar nossa eficiência.
Passados dois anos, estou extremamente
satisfeito com os resultados.
Deu trabalho, teremos ainda mais trabalho,
mas o grosso já foi feito.”
1,2,3,4,5,6 8,9,10,11,12,13,14,15,16,17,...52
Powered by FlippingBook