Revista Graphprint - Edição 171 - page 3

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GRAPHPRINT OUTUBRO16
EDITORIAL
Mudanças positivas sintomáticas
Quando não sabemos o que virá pela frente, esperamos que, ao menos,
venha pela frente. Sim, passamos por momentos conturbados o ano todo.
O mercado de impressão, em 2016, recebeu fortes porradas e suportou
trancos tanto econômicos como mercadológicos. Sem esmorecer, lutamos
com afinco para retomar o valor do impresso. E, no meio do caminho, as
abóboras estão se ajeitando. Os resultados começam saltar aos olhosmais
incrédulos. Não quero com isso afirmar que as empresas fecharão 2016
comcrescimento. Aocontrário,osnúmerosestãosendo revistosparabaixo,
mas há fortes evidências demelhoras no humor dos gráficos.
Conforme dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria Gráfica
(Abigraf Nacional), a produção física do setor, já descontado o padrão sa-
zonal, cresceu 1,5% no segundo trimestre em relação aos primeiros três
meses de 2016. Para colaborar com o bommomento que vem sendo es-
culpido, o comércio entre os países do BRICS deve ganhar força em 2017
como resultado da recuperação de Brasil e Rússia, contribuindo para uma
expansão maior do Produto Interno Bruto (PIB) e compensando a fraqueza
relativa da China, após um primeiro semestre desapontador para o comér-
cio do Brasil com seus parceiros nosmercados emergentes.Vale frisar que
todos os países do BRICS têm enfrentado incertezas políticas, o que reduz
o apetite por investimentos em infraestrutura, algo criticamente importante
no sentidodeajudar esses países a reduzir os custos da cadeiaprodutivae,
consequentemente, estimular as exportações e a competitividade.
Mas a possibilidade de o Brasil acelerar a aprovação de acordos bilaterais,
sinalizada durante a 8ª Conferência do BRICS emGoa, Índia, anima. Embo-
ra a China continue como a principal parceira comercial do Brasil, a Índia
começa a despontar como uma potencial consumidora de bens brasileiros.
No segmento de embalagens, por exemplo, podemos olhar com otimismo a
retomada nas vendas de smartphones tanto no Brasil como nomundo. De
acordo com o estudo da IDCBrazil Mobile PhoneTracker Q2, realizado pela
IDCBrasil,deabril a junhode2016 foramcomercializados12,04milhõesde
aparelhos, sendo10,8milhões de smartphones.O crescimento domercado
total foi de23,1% frenteaoprimeiro trimestrede2016.Paraoanode2016,
a expectativa é de que omercado chegue àmarca de40,3milhões de apa-
relhos celulares comercializados.
Já no editorial, os “assustadores” leitores digitais não são o bicho de sete
cabeças. Suas vendas despencam assustadoramente. Em contrapartida, de
acordo com oSindicatoNacional dos Editores e aNielsen, a venda de livros
em livrarias e em supermercados no período de 29 de dezembro de 2015 a
25 de janeiro de 2016mostra que o varejo de
livros no Brasil teve crescimento de 14,9% no
faturamento frente ao mesmo período do ano
anterior. As receitas saltaram de R$ 145 mi-
lhões em2015 paraR$166milhões em2016.
Éaprimeira vez queo faturamento cresceaci-
ma da inflação.Amém!
Em sintonia comobommomento foi realizado,
recentemente, com o tema “A Comunicação
impressa é surpreendente desde sempre”, o
2º Summit deComunicação emSão Paulo. Em
sua palestra,Walter Longo, presidente do Gru-
po Abril, salientou que as mídias eletrônicas
não devem ser vistas como antagonistas,mas
sim como adicionais à comunicação impressa.
É, meu caro. As coisas estão mudando, e
para melhor. Que venha o touro, mas que
venha em bife.
Saudações GRAPHPRINTENSES!
Fábio Sabbag
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