Revista Graphprint - Edição 168 - page 7

GRAPHPRINT AGOSTO 16
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Entrevista
GRAPHPRINT: Quais os principais desafios vencidos pela
atual gestão diretiva da Suzano?
Schalka:
O atual cenário político e econômico tem semos-
trado bastante desafiador. E foi para enfrentar eventuais
momentos como esse que, em 2014, começamos a dese-
nhar a nossa estratégia. Definimos três pilares de atuação:
competitividade estrutural; negócios adjacentes; e redese-
nho da indústria. Nessa primeira frente atacamos redução
de custos, modernização de operações emelhora da nossa
eficiência. Para isso, trabalhamos em projetos como aproxi-
mação entre a base florestal e as fábricas, o fim dos garga-
losdasnossasunidadeseaoperação logística,entreoutros.
Em negócios adjacentes endereçamos a maximização da
nossa base de ativos em novas avenidas com potencial de
escalabilidade. Temos quatro projetos já anunciados:Futura
Gene, empresa de biotecnologia que criou o primeiro clone
de eucaliptogeneticamentemodificado e com aprovaçãoda
CTNBio para fins comerciais; Fluff, onde somos a primeira
fabricante de celulose fluff de fibra curta do mundo. Nos-
sos volumes têm crescido, com o produto já aprovado por
fabricantes de médio porte de fraldas e absorventes. Por
suas características, a Eucafluff, como a batizamos, apre-
senta melhores níveis de dispersão e retenção de líquidos.
Trata-se de ummercado em que começamos a atuar com
100 mil toneladas de capacidade de produção. Já a Ligni-
na está presente em aproximadamente de 25% a 30% da
madeira do eucalipto, conferindo rigidez à árvore. Ela é um
subproduto do processo de fabricação de celulose, obtido a
partir do licor negro resultantedoprocessode cozimentoda
madeira, e atualmente é utilizada pela indústria para a ge-
raçãodeenergia.Mas tambéméum substitutodederivados
depetróleo em aplicações de alto valor agregado, como, por
exemplo, construção civil e indústria moveleira. Em Tissue
estamos construindo duas unidades (Mucuri e Imperatriz),
com capacidade de produção de 60 mil toneladas cada de
bobinas para conversão em papel higiênico. A estratégia é
atuar como parceiro industrial de players desse segmen-
to, fornecendo os jumbos que serão convertidos no produto
final, garantindo competitividade de custos e de logística.
O terceiro pilar, redesenho da indústria, é um olhar de longo
prazo. Queremosestar prontosparasermosprotagonistasem
eventuaismovimentos de geração de valor para o setor.
GRAPHPRINT: Como o senhor enxerga a Suzano daqui a
10 anos?Ainda vai ser uma empresa com core business
papel?
Schalka:
Sim. Muito já se questionou o negócio de papel e,
a cada dia, temos a certeza de que faz todo sentidomanter-
mos nossa atuação nesse segmento. Essa é uma discussão
interessanteeque temos promovido. Oportfóliodiversificado
nos permitemaior resiliência emmomentos de turbulência.
GRAPHPRINT: Como o senhor avalia o segmento florestal
no Brasil atualmente? Há condições de crescimento no
mercado externo?
Schalka:
O setor florestal brasileiro é um dosmais competi-
tivos domundo. Aqui, temos disponibilidade de terra e condi-
ções climáticas bastante favoráveis para o desenvolvimento
das culturas. Além disso, por muito anos o setor investiu em
pesquisas e tecnologias que hoje nos garantem uma enorme
vantagem competitiva.
GRAPHPRINT:Oque fazumCEOsereleitoohomemdoano?
Schalka:
Esse é um reconhecimento ao trabalho dos 8 mil
colaboradores da Suzano que, todos os dias, se dedicam à
construção de uma empresamelhor.
GRAPHPRINT: Como a Suzano vem se preparando para
atender a demanda da indústria gráfica que tem o papel
comoo insumomais relevante?Opreçoacaba sendo fa-
tor preponderante para o crescimento da empresa neste
segmento?
Schalka:
Nósacreditamosque,nomercadodepapel,épreciso
estar próximoe conhecer, a fundo, anecessidadedos clientes.
Por isso,nósdesenvolvemosoprojetoSuzano+,comapropos-
tadedesintermediaçãoeaproximaçãocomanossacadeia.Di-
“Gosto do desafio de poder fazermelhor
a cada dia. Sobre os valores, destacaria
humildade, respeito e persistência.”
“Reconhecemos a dificuldade de repasse
de preços das empresas gráficas a seus
clientes,mas devemos reconhecer que os
preços praticados aqui são semelhantes
aos praticados nos principaismercados
internacionais.”
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