Revista Graphprint - Edição 168 - page 3

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GRAPHPRINT AGOSTO 16
EDITORIAL
Aflexibilidadeda economia“uberizada”
Queira ou não, omovimento da empresa Uber acaboumexendo não apenas
comos taxistas, que travaramduelos sangrentos comos agoradenominados
ubers,mas comaeconomiamundial.Explico:paraquemestádesempregado
- realidade no Brasil atual - trabalhar comomotorista do Uber pode ser uma
das formasmaissimplesde receberumsálarioao términodomês.Esqueçam,
agora, os benefícios como seguro desemprego, plano de saúde ou abono
salarial.Nomomento valea sobrevivência. Pontofinal.
O pesquisador Steven Hill, responsável pela popularização do termo “Uber
Economy”, um homem especialista em crescimento econômico na New
AmericaFondaution,aposta fortequeesse tipodeplataformavai sedar pelo
mercado de trabalho como um todo. “Se for a uma fábrica de automóveis
nos Estados Unidos vai descobrir que metade da força de trabalho é
temporária. Eles fazem omesmo serviço que os regularmente contratados,
mas recebemmetade do pagamento e não têmbenefícios sociais.Veremos
cadavezmaisnegóciosusandoplataformasdigitaisparacontratar edemitir
facilmente. As empresas queremmão de obra que possam ligar e desligar
da mesma forma que fazem com a TV”, disse Hill ao jornal O Estado de
S.Paulo. Para explicar com riqueza de detalhes seu pensamento um tanto
quanto provocante, Hill apresenta o livro“RawDeal”.
Consequentemente, os novos tempos trazem flexibilidade a tudo e a todos.
Claramente,nocurtoprazo,avidadaspessoasacabase tornandomais fácil.
Paulatinamente vem sendo criada uma geração de pessoasmais flexível e
especializada em tarefas diversificadas. Para os consumidores, os novos
serviços acabam sendo benéficos. Há preços mais baixos e concorrência
maior. Já para os profissionais, a questão aqui levantada tende a se tornar
mais difícil de digerir. A verdade, nessa discussão, é que mais vagas com
horário flexível vão surgir. A tecnologia conecta a oferta e a demanda com
facilidade extrema e,muitas vezes, pontual.
Asempresaspodemcontarcompessoas trabalhandopor tempoparcial para
determinados tipos de trabalho. Eas empresaque“contratam”podem, sim,
monitorar em tempomaisdoque real.Aovivoeemcores, semprecedentes.
Enfim, temosa tecnologiaeoscustosdemanutençãodeum funcionáriopor
tempo integral como as principais causas dessa ruptura com omodelo de
negócio exercido há anos.
Achar brechas no mercado acaba sendo para
poucos. O próprio Uber e a Lyft sumiram do
mapa de Austin, nos Estados Unidos. Não
concordavamcomasregrasderegulamentação
e decidiram parar de operar na cidade. Sabe
o que aconteceu? Oito aplicativos novos
tomaram conta da cidade com propostas
diferenciadas a partir das brechas existentes
nos aplicativos que abandonaram a cidade.
No Fare, por exemplo, o passageiro tem a
vantagem de escolher seumotorista predileto
e agendar as corridas com antecedência. Já o
Wingz faz só percursos para o aeroporto.
Eagora?Podemos imprimirdeoutro jeito?Sim,
podemos, desde que tenhamos capacidade
em exercer a flexibilidade dos novos tempos.
Saudações Graphprintenses!
Fábio Sabbag
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