Revista Graphprint - Edição 161 - page 56

GRAPHPRINT DEZEMBRO 15
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INVESTIMENTOS
Maioriadasmicro e
pequenas empresas
usa crédito com
jurosmais altos
AOBUSCARDINHEIROPARASEUSNEGÓCIOS,
MUITOSDONOSDEMICROEPEQUENAS
EMPRESAS (MPES) DIZEMSÓRECORRERAO
BANCOEMÚLTIMOCASO
Porém, quando eles usam o crédito oferecido pelas instituições
financeiras, boa parte escolhe as modalidades mais caras, como
cartão de crédito e cheque especial. A constatação é da pesqui-
sa LadoA LadoBRecursos Financeiros, realizada peloSebrae-SP,
que teveoobjetivodeentender avisãodasduaspartesenvolvidas
no acesso ao crédito: empreendedores e instituições financeiras.
De acordo com o levantamento, 80% dos empreendedores afir-
mamusar algumproduto de crédito, como cartão de crédito, che-
que especial, financiamento, desconto de duplicatas, empréstimo
e antecipação de recebíveis. Dentro desse grupo, os dois primei-
ros itens ganham destaque, já que 45% dos empresários dizem
ter aprovada sua solicitação para utilizar cartão de crédito e 44%
mencionaram omesmo sobre cheque especial.
“Os empresários sabem que nem sempre essas opções são as
melhores escolhas, mas são as menos burocráticas. O sistema
financeiro ainda não incorporou definitivamente os pequenos
negócios em sua estratégia de atuação, construindo pontes que
ajudem amelhorar o desempenho desses empreendimentos, que
hoje somam mais de 10 milhões de estabelecimentos em todo
Brasil”, afirma o presidente doSebrae-SP, PauloSkaf.
Na pesquisa, o Sebrae-SP constatou que em diversosmomentos,
apesar de sentarem amesmamesapara conversar, as visões das
partessobreoassuntodivergembastante. Foram feitasperguntas
similares para empreendedores e representantes de bancos e as
respostas obtidas mostram percepções bem diferentes, até con-
traditórias,comoseosenvolvidos falassemdesituaçõesdistintas.
Busca por incentivos
Exemplo disso é a motivação para buscar crédito. As duas
principais causas apontadas pelas instituições financeiras são:
injetar em capital de giro, segundo 87% dos entrevistados, e
comprar máquinas e equipamentos, com 61%. Já na visão do
empreendedor, as porcentagens são menores, sendo 38% e
31%, respectivamente.
Com relação aos montantes solicitados, também aparecemmui-
tas incongruências. OsproprietáriosdeMPEsdizemque solicitam
emmédia R$ 40mil; segundo 63%, lhes é concedido omontante
total e 19% não conseguem nada. As instituições falam emR$ 62
mil emmédia, sendo que 37% obtêm o total e apenas 1% tem o
pedido negado inteiramente.
Nesseponto, surgemmais conflitosnas versões. Na visãode44%
dosempreendedores,nãoé justificadoomotivoda recusa. Já61%
dos bancos dizem justificar com as razões reais. A expectativa do
queseráencontradoquandoseprocurauma instituiçãofinanceira
também é diferente da realidade relatada pelos empreendedores.
Mesmosóbuscandocréditoemúltimocaso,quandoo fazem,52%
dos empresários esperam receber dos bancos muitas opções de
crédito. Encerrada a conversa, cai para 24% a parcela dos que
tiveram a expectativa confirmada. Do total de empreendedores
entrevistados, 78% chegam ao banco esperando um atendimento
detalhado,eaofinal, se reduzpara61%osquedizem ter recebido
esse tratamento.
Há como amenizar essas divergências? Os dois lados parecem
enfrentar dificuldades quando se trata de aproximar a relação
entre eles. As instituições financeiras relatam haver dificuldades
para lidar com cada tipo de cliente, mas enfatizam que o micro-
empreendedor individual (MEI) é omais complicado de se traba-
lharnacomparaçãocommicroepequenasempresas. Segundoos
bancos,62%dosMEIsconfundempessoa físicacom jurídica,56%
esperam que o banco libere crédito para abrir o negócio e 41%
não têmumbomplanejamento do empreendimento.
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