Revista Graphprint - Edição 156 - page 3

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GRAPHPRINT JULHO 15
EDITORIAL
A chancede convergir não
se abreparamuitos
Para começar a desenrolar este editorial, faço questão de tentar mostrar o quanto o ambiente
dosmeios de comunicação está emplena erada convergência.NoBrasil, o indicadormais forte
foi a queda de audiência do Jornal Nacional. Nos anos 70, passava com frequência de 2/3 do
total e não raramente se aproximava de 3/4. Hoje ronda os 20%. Há dez era 35%. Nos Estados
Unidos, os trêsgrandes telejornaisnadécadade80 tinhamemmédia75%daaudiênciade todo
o país. Caíram para 47% no final do século passado; atualmente estão em torno de 30%.
Também há 10 anos, nos EUA era impossível conceber uma casa sem aparelho deTV.Mas para
os integrantes da geração Y (os que nasceram entre 1981 e 1996) e aindamais intensamente
paraosdageraçãoZ (nascidosde1997a2012),o televisor se tornou irrelevante,com tendência
ao desaparecimento, como o telefone fixo. A TV, pasmem, tem sentido os efeitos da revolução
digital.A programaçãomigra paulatinamente para aweb. SlingTV, Hulu, Netflix,Amazon,Apple
e, sobretudo, oYouTube estãoganhandodiariamentenovos consumidores.Note, portanto, que a
recepção vem cada vezmais pormeio de aparelhosmóveis.
Já a geração Y quer entender verdadeiramente o propósito da empresa, alinhar-se a ele e tra-
balhar com os outros para impulsionar o desempenho da organização. Esses jovens querem
ser inspirados, não sobrecarregados, pelas mensagens do empregador. Contar histórias é fun-
damental: a geração Y quer saber mais sobre os funcionários que personificam os valores da
organização e contar histórias verdadeiras sobre a vida profissional deles. Omaior medo dos
jovens da geraçãoY é ficar parado, sem a oportunidade de crescimento e desenvolvimento pro-
fissional. Empresas de serviços profissionais, como aPwC e aEY, continuam à frenteno ranking
em relação a isso; outras indústrias devem avaliar como este setor estimula os funcionários
através de treinamento e orientação.
UmmeiocomoaTV,aomenosnomeupensamento,seriaoquemenosviriaasofrer comoavan-
ço de novasmídias. Até por uma questão de comodidade, como chegar a casa apertar o botão
do controle e ser inundado por informações úteis e tantas outras inúteis. Neste ponto começo a
traçar um paralelo com a indústria gráfica. Imagine você que se omonstro chamado TV sente
alguns golpes na linha da cintura, por qual motivo outro meio não deveria levantar a guarda?
Bem-vindo ao round da impressão.
A nosso favor há pesquisas que mostram que a mídia impressa é a mais confiável no Brasil.
Recente estudo da FGV sobre reputaçãomostra que as emissoras de televisão estão em segun-
do lugar entre osmeios de comunicação. É o que constata o levantamento feito pela Escola de
Direito de São Paulo da FundaçãoGetúlioVargas (FGV) com as instituiçõesmais confiáveis para
os brasileiros. No ranking geral, amídia impressa está em quarto lugar e passou de 42% para
45%emnível deconfiança.Antesdela, vêmasForçasArmadasemprimeiro lugar, seguidaspela
IgrejaCatólica e oMinistério Público.As emissoras de televisão estão em sexto lugar e também
apresentaram crescimento de credibilidade no ranking indo de 31% para 34%.
O estudo chamado de IPCL Brasil é composto por dois subíndices. O primeiro, o Subíndice de
Percepção, é composto por quatro indicadores: legitimidade, instrumentalidade, controle social
emoralidade.O outro componente do ICPLBrasil é oSubíndice deComportamento, formado por
questõesquebuscamavaliar a frequênciacomqueosentrevistadosdisseram ter realizadocon-
dutasque violam regrasdeconvivência social ea lei.Oestudo foi realizadonoprimeiro trimestre
de 2015 e ouviu 1650 pessoas dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio
Grande do Sul, Bahia, Pernambuco, Amazonas e Distrito
Federal. A informação fora publicada no site
.
No Brasil, em 2014, foram investidos R$ 46,38 bilhões
empublicidade -1,5%amaisem relaçãoaoanoanterior.
61% da receita de publicidade digital está concentrada
em cinco empresas: Facebook, Google, Microsoft, Yahoo
e AOL. Baseado em números, sem esquecer os desafios
que estão ativos, os negócios também estão acontecen-
do nomeio: aAbril Educação e oGrupoSaraiva firmaram
contrato de compra e venda de ativos educacionais e
conteúdo da Editora Saraiva. Com um valor de transação
de R$ 725 milhões, a Abril Educação adquiriu 100% da
operação de educação da Saraiva. O acordo contempla
os catálogos de títulos didáticos, paradidáticos e livros
textos da educação básica ao ensino superior.
Sei, evidentemente, que onosso assuntomira a indústria
gráfica, mas, por outro lado, achei interessante mostrar
um pouco do que está acontecendo em outros meios
de comunicação. Afinal, definitivamente a convergência
existe para todos. Mas a possiblidade de convergir não
se abre paramuitos.
Saudações GRAPHPRINTENSES
Fabio Sabbag
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