Revista Graphprint - Edição 191

GRAPHPRINT Mai/Jun 2019 39 A International Paper divul- gou seu resultado líquido do primeiro trimestre de 2019, que fechou em US$ 424 mi- lhões (US$ 1,05 por ação), em comparação com US$ 316 milhões (US$ 0,78 por ação) do último trimestre de 2018 e US$ 729 mi- lhões (US$ 1,74 por ação) do primeiro trimestre de 2018. Os resultados operacionais ajustados do primeiro trimestre (non - GAAP) fecharam em US$ 447 milhões (US$ 1,11 por ação), comparados a US$ 670 milhões (US$ 1,65 por ação) no quarto trimestre de 2018 e US$ 395 milhões (US$ 0,94 por ação) no primeiro trimestre do mesmo ano. O resultado de equivalência patrimonial no primeiro trimestre de 2019 foi de US$ 114 milhões, sendo US$ 95 milhões no primeiro trimestre de 2018 e recompras de ações no valor de US$ 180 milhões no acumulado dos 12 meses, totalizando US$ 880 milhões. “A International Paper apresentou resultados sólidos e forte geração de caixa”, disse Mark Sutton, Chairman e CEO da International Paper. “O desempenho operacional foi forte; nós administramos bem os custos e alavancamos a força e a flexibi- lidade de nosso sistema de manufatura. No primeiro trimestre, também geramos quase US $ 400 milhões aos acionistas por meio de dividendos e recompras de ações. Olhando para o se- gundo trimestre, prevemos uma melhora na demanda sazonal e estamos bem posicionados para continuar gerando fortes fluxos de caixa em 2019”. Demanda por químicos sobe 2,4% no 1º trimestre de 2019 A produção de químicos de uso industrial cresceu 1,55% e o con- sumo aparente nacional (CAN), que mede a produção mais im- portação menos exportação, teve um crescimento de 2,4%, no 1º trimestre de 2019, em relação ao mesmo período do ano passado, apontam levantamento da Associação Brasileira da Indústria Quí- mica - Abiquim. Já a utilização da capacidade instalada apresentou taxa média de 75% nos três primeiros meses do ano, alta de dois pontos em rela- ção a igual período do ano anterior. No entanto, no mesmo perío- do, as vendas internas tiveram queda de 2,45%. A diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Gio- vanna Coviello Ferreira, explica que a química está presente e tem correlação com praticamente todas as cadeias de produção, seu desempenho é diretamente impactado pelos resultados da ativida- de econômica nacional, que segundo o último relatório Focus, do Banco Central, aponta para a nona semana consecutiva de recuo nas perspectivas de crescimento do produto interno bruto, previsto agora em 1,7% para este ano. Segundo Fátima, alguns acontecimentos impactaram a produção e as vendas locais, que poderiam ter tido um desempenho melhor no início do ano. “O setor foi afetado pela confirmação da hibernação das fábricas de fertilizantes da Petrobras, na Bahia e em Sergipe, atribuída à falta de competitividade da matéria-prima principal (gás natural), a elevação do custo de aquisição de gás em vários estados e problemas com fornecimento de energia, sobretudo em decorrência das chuvas que atingiram o País”. O CAN é uma das variáveis mais importantes para analisar o com- portamento da demanda de um determinado segmento, ele tam- bém revela como anda a capacidade de competição das empresas instaladas no País em relação às suas congêneres em outras locali- dades. A indústria química vem perdendo espaço para o produto importado há algum tempo. No período de 1990 a 2018, a taxa anual de crescimento do CAN foi de 3,1%, acima da taxa de cresci- mento do PIB industrial do País, que foi de 1,6% ao ano, enquanto a taxa de crescimento da produção foi de 1,8% ao ano, a das vendas externas foi de 1,9% ao ano e a das importações 9,3% ao ano, três vezes mais do que o aumento do CAN. “Além de perder espaço pa- ra os importados, o segmento também não tem conseguido elevar suas exportações, o que é mais uma prova da perda de dinamismo e da falta de competitividade”, avalia Fátima. Como resultado desse crescimento acelerado, tem-se que no início dos anos 90, as importações pesavam cerca de 7% de toda a de- manda por produtos químicos no mercado nacional, passando a 37% em 2018. Além disso, também houve impacto explosivo no resultado da balança comercial de produtos químicos, que passou de um déficit de US$ 1,5 bilhão no início dos anos 90 para US$ 26,6 bilhões em 2018. Para a executiva da Abiquim uma das formas de reverter esse cená- rio atual é na direção da redução dos custos de energia e matéria- -prima, que são fundamentais para a química. Nesse sentido, o Programa Novo Mercado de Gás, coordenado pelos Ministérios da Economia e de Minas e Energia, vem sendo aguardado com muita expectativa. “O programa pode trazer à indústria brasileira e ao País como um todo impactos positivos, com a disponibilidade de matéria-prima a custos competitivos com o mercado internacio- nal”, finaliza Fátima.

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