Revista Graphprint - Edição 169 - page 3

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GRAPHPRINT SETEMBRO 16
EDITORIAL
Já caçou seuPokémon?
Marolas ou não, algumas ondas chegam avassaladoras no Brasil. A mais
recente veio, me parece, querendo competir com as Olimpíadas Rio 2016.
Escrevosobrea ressuscitaçãodaNintendo,que lançouo jogoque fazoshu-
manos caçaremPokémonspelos lugaresmaisestranhosdacidade.É,diga-
mos assim, ummisto de realidade aumentada e vida real. Alguns criticam,
outros amam e caçam seus bichinhos virtuais pelos rincões desse país.
Aos mais experientes é possível traçar um paralelo com a febre dos anos
90 que foi o tal do bichinho Tamagotchi, que reclamava de fome, sempre.
Os Pokémons também invadiram nosso imaginário coletivo e, num piscar
de olhos, voltaram à crista da onda nestemomento. Talvez seja um retorno
mais tecnológico e muito menos carismático, porém pragmático. Mesmo
assim há uma atmosfera vintage culture no ar, seja como virtual ou real.
Afinal, o bicho estámais do que solto noBrasil, convenhamos.
Febres assim, mesmo que passageiras e, por vezes, alucinógenas, elevam
meu pensamento àqueles que, por certosmomentos, defenderam veemen-
tementeofim,ouaomenosaquebrapaulatina,da impressão.Comoassim?
Ainda somos osmesmos e vivemos como nossos pais.
Entra dia, sai ano e vem a noite, deparamo-nos com atitudes oumodismos
que já foram vivenciados há anos. As coisas acabam se repetindo, a boa
música soaaos ouvidosmais críticosde formamais suave.Afinal, parauma
análiseperfeitanadamelhor queaobservaçãodo tudo, oolhar plural e livre
de preconceitos. É por isso, emais aquilo, que tento amarrar este editorial
com a bola da vez chamada Pokémon.
Repare bem. Foi uma cartada derradeira e certeira daNintendo numamesa
mundial que preza pela tecnologia. O desejo demuitos é eliminar a relação
das pessoas com, literalmente, as pessoas. Foi um passo de volta ao pas-
sado que trouxe a fabricante de games novamente ao presente e com olho
atento ao futuro. Definitivamente, as pessoas criaram encantamento coleti-
vo pelo seu“novo” jogo. Simples, ou não, é assim que funciona.
Voltemos, então, ao nosso ambiente gráfico. Sim, já criamos diversosmonstri-
nhos que por vezes consumiramnossas gráficas sem aomenos deixar rastros
de evidência. Quem sabe, não é a hora de criar novos Pokémons dentro do
nosso parque gráfico e convidar nossos clientes
para participarem do jogo sempre jogado, assim
comoo lambari épescado.
Que tal espalhar alguns Pokémons pela sua
empresa e pedir para que seus próprios co-
laboradores tentem domar seus bichos mais
estranhos? Pode ser um exercício de caça que
vai apontar certos buracos negros dentro de
sua própria casa, que por uma questão de co-
modidade, não são vistos claramente.
É hora de sair à caça dos Pokémons, mesmo
que eles teimem em não aparecer. Fuja do
lugar-comum, pois estes vales já estão reple-
tos demonstrinhos que não somam pontos no
game da impressão.
Saudações Graphprintenses!
Fábio Sabbag
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