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GESTÃO
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Ultimamente, o coach é um profissional que tem sido muito re-
quisitado tanto por grandes corporações quanto por profissionais
autônomos que buscam aperfeiçoamento. O interesse pelo traba-
lho de coaching vem crescendo entre as empresas familiares, já
que contribui com a visão de fora e com a isenção necessária para
ajudar a separar os papéis na família e no trabalho.
É justamente este um dos grandes desafios das empresas familia-
res: como gerenciar a performance dos parentes na empresa sem
que haja interferência na vida pessoal de cada um deles e não
prejudicar os resultados da empresa.
Marcelo Cardoso, diretor da RM1, empresa especialista em treinamentos
e coaching, explica que as empresas familiares necessitamde uma aten-
ção diferenciada, pois muitas vezes os objetivos da família empresária
entram em conflito com os objetivos da empresa. “É importante que haja
regras claras nas relações entre a família proprietária e a empresa, para
não atrapalhar os negócios, já que na maioria das vezes a família traz
comportamentos conflitantes”, afirma.
De acordo com Cardoso, aprimorar a qualidade de comunicação,
a eficiência das lideranças e definir os conflitos e as transforma-
ções necessárias para a melhoria da empresa familiar são obje-
tivos do coaching. “As famílias são movidas pelas emoções, e as
empresas, por desempenho, resultados e realizações; é preciso
saber separar esses papéis”, relata.
Nesse caso, o trabalho de coaching é fundamental, pois ajuda a
definir o planejamento para ação, análise de cenários e riscos e a
escolha da melhor estratégia para alcançar o que se quer. Cardoso
faz uma observação de que algumas pessoas pensam muito, mas
agem pouco ou agem sem pensar. Outras são muito ativas e ficam
até estressadas, não pensam antes de agir, não definem estraté-
gias, perdem tempo com o que não agrega valor. “O importante
é equilibrar pensamento e ação. Ter foco no que interessa, nas
soluções. Sem ação não há resultado”, aponta.
O coaching, por exemplo, auxilia o indivíduo a se desenvolver como
líder. “A gestão de pessoas exige, além da competência técnica, as
competências comportamentais, como a comunicação, relaciona-
mento interpessoal, delegação, motivação da equipe, entre outros.
Muitas vezes um familiar é incentivado a trabalhar na empresa da
família, mas no fundo não é o seu desejo profissional. O impor-
tante é que todos os primos, irmãos, tios, enfim os membros da
família convivam bem entre si, assim facilita até o convívio com
os outros funcionários que não pertencem a essa família, mas que
estão ali, trabalhando juntos, comprometidos com o bem-estar e
sucesso da empresa. “Infelizmente, nem sempre vemos nas em-
presas uma equipe unida; para se chegar a uma união, isso não
ocorre do dia para a noite, por isso o trabalho de coaching é es-
sencial”, finaliza Cardoso.
É a hora de passar
o bastão?
Coaching para empresa familiar ajuda a
definir conflitos e a melhorar as relações
interpessoais dos gestores familiares
Alguns objetivos do coaching na empresa familiar:
• Aprender a separar os diversos papéis que ocupa: pai, filho, primo,
sócio etc.
• Refletir sobre as aspirações profissionais e planejar a carreira.
• Buscar o que a empresa tem de melhor, para alcançar sucesso.
• Desenvolver a mentalidade de equipe unida e que está sempre dis-
posta a colaborar com o outro.
• Saber administrar momentos de crise na empresa.
• Como suceder um ícone e usar estratégias de crescimento para dar
continuidade ao sucesso da empresa.
• Como gerenciar o desempenho de familiares no trabalho.
• Chegou a hora de remunerar os membros da família. Como ser
coerente e não prejudicar ninguém, ser justo.
• O que fazer quando o desempenho de um parente é insatisfatório.
Mandá-lo embora? Será que não vai criar inimizades?
• A importância de membros da família ocuparem o cargo certo.
• Quando se deve buscar liderança fora da família.
• O que o novo líder pode fazer para adquirir confiança.
• Obstáculos que o sucessor familiar tem que superar. Como encon-
trar o próprio estilo para comandar uma empresa.
• Quando uma nova geração assume a empresa familiar é comum
todos se perguntarem se estará em boas mãos.