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GRAPHPRINT MAR 13
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ENTREVISTA
GRAPHPRINT: De acordo com a e-bit, empresa especializa-
da em informações de e-commerce, o comércio eletrônico
no Brasil deve crescer 25% em 2013, atingindo um fatu-
ramento de R$ 28 bilhões. Acredita que as empresas, no
caso, as gráficas, estão preparadas, com líderes que te-
nham estratégias sinérgicas ao ambiente digital?
Diogo:
O digital não veio para substituir ou mostrar um mun-
do novo. É lógico que o digital, assim como tudo o que é novo,
acaba se sobressaindo em alguns pontos e no caminho algu-
ma coisa perde a modernidade e se extingue.
Nesse mundo de novidades, as pessoas acham que vai ha-
ver substituição. Foi lançado o iPad e a conclusão é que vai
acabar o meio revista, por exemplo. Mas a tendência não é
essa. Tudo isso é uma nova forma de encarar o mundo. É
uma forma diferente, mas não vai haver substituição. Cada
vez mais as pessoas procuram informação no mundo virtual,
mas quando querem finalizar a compra é preciso tocar, sentir
e testar. Não há como escapar da parte sensorial e, conse-
quentemente, da área de embalagens.
Recentemente, conversei com o pessoal da Rigesa sobre isso
e disse que não vai mudar muita coisa. As pessoas querem
seus produtos embalados e impressos.
Discuti recentemente também com diversas agências de pro-
paganda a questão sobre apresentar um folder ou levar um
iPad para uma reunião. A grande maioria disse que é bacana
levar aparelhos modernos, mas assim que acabar a reunião o
iPad volta ao seu dono e o folder fica na mesa da negociação.
O pessoal das agências foi taxativo: o material impresso é
necessário, vital e complementa a apresentação eletrônica.
Hoje a informação está disponível a todo instante, portanto é
necessário criar materiais impressos diretos, com qualifica-
ção de arte esplendorosa.
Antigamente, ao elaborar um folder, havia a dificuldade de
colocar todas as informações da empresa. Atualmente as ou-
tras mídias complementam o material impresso. Com isso,
acredito, a indústria gráfica se modernizou, apurou seus ser-
viços e deixou a impressão em altíssimo padrão. É a época
da qualidade, não da quantidade. A qualificação maior trouxe
cores, papéis e gramaturas diferentes e acabou criando no-
vos mercados.
GRAPHPRINT: A indústria gráfica é composta por pequenas
e médias em sua grande maioria. Muitas empresas estão
sofrendo com a escassez de mão de obra, por exemplo.
Como o empresário deve se preparar para os novos tem-
pos? Ou seja, como ele deve preparar seu pessoal para li-
dar com as novas demandas?
Diogo:
Na área de vendas, os vendedores ainda não estão
preparados. É muito difícil estar preparado num mundo onde
a obsolescência é semanal.
Conversei com pessoas da área de telefonia celular e elas
disseram que o ciclo de vida do aparelho celular, há cinco
anos, era de dois anos. Hoje é de seis meses, ou seja, em
seis meses o aparelho fica obsoleto. Eles acreditam que em
pouco tempo os aparelhos terão três meses de vida útil.
No material impresso a busca é cada vez maior por produtos
interativos. Uma grande rede perfumaria queria lançar uma
coleção de livros infantis em que o castelo da princesa fosse
apresentado em 3D ao abrir da página. Teve de contratar um
design argentino que trabalha na Espanha, pois queria que
as embalagens fossem interativas. É preciso surpreender o
cliente. A indústria gráfica, principalmente o segmento de
embalagens, tem de sair da linha básica e partir para o 3D. É
o único jeito de competir, uma vez que tudo que é eletrônico
ainda não tem a terceira dimensão.
GRAPHPRINT: O vendedor técnico está perdendo espaço?
Diogo:
Não vejo dessa forma. Existem algumas empresas
“Uma grande quantidade de gestores se
queixa com sua equipe de venda quando o
importante é entender que só 1/3 dos seres
humanos estão aptos para trabalhar com
vendas. É importante entender se a pessoa
tem um perfil para vendas. Não adianta
malhar em ferro frio se o cara não tem perfil
para vendas.”
“Gravamos mais de 400 horas de
depoimentos e descobrimos que a palavra
mais falada foi paixão. Confesso que a
nossa empresa achou que as palavras mais
usadas, partindo de pessoas de sucesso,
eram determinação, sucesso, grana, entre
outras. Descobrimos que os vendedores de
sucesso possuem algumas paixões.“