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GRAPHPRINT OUT 12
Demanda
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Conforme o blog, o parque gráfico chinês faturou em 2010 aproximadamente US$ 18
bilhões, o equivalente a quase 2,5% do faturamento global da indústria gráfica, que é
de quase US$ 750 bilhões.
Até aqui, caro leitor, tudo bem. O desejo fundamental é que os países do BRICS pros-
perem e encontrem, em seu mercado local, condições salutares de crescimento. Tal-
vez seja um desejo mundial, afinal alguém terá de arcar com o amadorismo que
impera em alguns países do velho continente. Certo, este é outro assunto, não vamos
perder o fio da meada.
Acontece que a volúpia da China em desbravar fronteiras é paralela aos olhinhos
fechados de sua população. Por aqui, em território brasileiro, o mercado gráfico sente
a demanda, principalmente no editorial, migrando paulatinamente para a China. A
recíproca não é verdadeira. A logística até o momento é uma grande aliada do Brasil.
Pois bem, voltemos à sede de sangue (entenda-se impostos) do governo.
Entrevistado como diretor executivo da Paper Express, Fabio Arruda Mortara, que
também é presidente da Abigraf, ao ser indagado se a concorrência entre Brasil e Chi-
na é leal e salutar, não titubeia: “Não. Os impostos, salários, encargos, equipamentos
e insumos na China são conhecidamente inferiores aos brasileiros, estabelecendo-se,
dessa forma, uma concorrência desleal.”
Manda a ética jornalística publicar os lados da pauta proposta. “Sou consultor de pro-
dução gráfica na China, faço a compra e acompanhamento de produção para clien-
tes brasileiros. Comecei como um curioso, pois todos achavam impossível imprimir
tão longe. No entanto, arrisquei e aprendi a lidar com o comércio exterior. Resolvi o
problema da logística e hoje atendo empresas de todo o Brasil. E posso garantir que
imprimir na China é um grande negócio e as empresas operam com equipamentos de
ponta”, fala Ferraz.
Sonia Regina Menezes, diretora de pré-impressão da Margraf, observa que a concor-
rência não é leal, já que o custo Brasil, na prestação de serviços gráficos, difere de
40% a 50% dos preços chineses. “Por outro lado, o que nos favorece é a distância
geográfica, que inviabiliza o trabalho cujo prazo de produção necessita de agilidade”,
fala.
A Margraf, de acordo com Sonia, quase perdeu um trabalho para um concorrente
chinês. “Um cliente necessitou de catálogos. O que inviabilizou essa mudança para
uma indústria gráfica chinesa foi ademora de dois meses para entrega do material. O
cliente optou em fazer com a Margraf e o catálogo foi impresso e entregue em quatro
dias úteis”, revela a diretora de pré-impressão da gráfica.
Luiz Fernando Guedes, diretor da Printon, empresa de 51 anos que atua 80% no mer-
cado promocional e 20% no mercado editorial, vem com argumentos veementes refe-
rentes à concorrência chinesa e ao atual momento do mercado. “É uma concorrência
desleal que atingiu as gráficas que atuam no segmento editorial. O governo deveria,
Fabio Arruda Mortara, diretor executivo da
Paper Express:
“Os impostos, salários, encargos,
equipamentos e insumos na China
são conhecidamente inferiores
aos brasileiros, estabelecendo-se,
dessa forma, uma concorrência
desleal.”
Sonia Regina Menezes, diretora de pré-impressão da Margraf:
“Um cliente necessitou de catálogos. O que inviabilizou essa
mudança para uma indústria gráfica chinesa foi ademora de dois
meses para entrega do material. O cliente optou em fazer com a
Margraf e o catálogo foi impresso e entregue em quatro dias úteis.”