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DEMANDA
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A Shanghen Wenxue (Literatura da Ferida) nascida no final da década de 1980 foi definida assim pelas duras
críticas ao período da Revolução Cultural (1966-1976) empreendida por Mao Tsé-tung. A Guarda Vermelha
imprimiu violentas ações contra professores, artistas e intelectuais não alinhados com a doutrina maoísta. Yu
Há, escritor de destaque da época, em a Crônica de um Vendedor de Sangue, relatou como viviam os chineses
pobres no final dos anos 1950, tendo como exemplo um operário que vivia da venda do próprio sangue para
sustentar sua família.
Qualquer semelhança com o operário brasileiro pode - ou não - ser mera coincidência. Não dá para afirmar
que no Brasil há casos semelhantes, mas que o operário doa sangue é fato. Pode até ser por osmose, mas que
doa, doa. O sangue do empresário, que também é sugado sistematicamente pelo governo, que com taxas
e sobretaxas acaba virando o vampiro brasileiro mais assustador do mundo, também compõe o banco de
sangue da república avassaladora.
Finca, então, a residência do dragão da concorrência no mercado gráfico brasileiro. De acordo com o blog
, elaborado por Paulo Ferraz, produtor e consultor de empresas de gráficas
chinesas no Brasil, nos últimos 20 anos surgiram na China aproximadamente 150 mil indústrias gráficas, que
empregam pouco mais de 3 milhões de pessoas.
A impressão
do dragão
Os olhinhos puxados dos
chineses enxergam muito
além do que podíamos
imaginar. A indústria
gráfica chinesa começa a
esticar seus tentáculos
ao Brasil; impostos, taxas
e encargos executados
pelo governo brasileiro
são os sanguessugas
da indústria nacional.
No entanto, ainda não é
possível saber o que virá.
Esperemos, então, que
venha pela frente
Fábio Sabbag
Fábio Sabag