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GRAPHPRINT OUT 12
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imediatamente, não permitir a entrada de material impresso de fora do Brasil. Além
disso, deveria tomar medidas urgentes de incentivo à mídia impressa, liberando a dis-
tribuição de impressos nas ruas, baixando tributação. Algo tem de ser feito. Estamos
passando pelo pior momento da nossa história. A quantidade de trabalhos reduziu
muito e o pouco que existe é muito disputado. Há empresas no mercado praticando
preços absurdos”, observa Guedes.
O diretor da Printon faz um alerta ao setor: “Nós, gráficos, investimos muito em equi-
pamentos e mão de obra especializada. Por isso, não podemos mais trabalhar de
graça da forma que estamos trabalhando. Temos de rever nossos preços e continuar
investindo, mas não dá para trabalhar sem lucro. Estamos cavando nossa própria
sepultura.”
Fernando Ullmann, diretor da Ipsis, diz que concorrência saudável é aquela que man-
tém as mesmas condições para todos. “Não é o que acontece na importação de livros
da China, uma vez que as gráficas brasileiras são obrigadas a pagar PIS e Confins
sobre o valor faturado e isto não ocorre na importação. Também temos casos em que
o preço dos livros na China é equivalente ao custo do papel utilizado naquele servi-
ço. Essa situação sugere algumas distorções, como possível subsídio governamental,
câmbio manipulado e trabalho com remuneração indigna. Os chineses têm qualidade,
sabem copiar muito bem os produtos. Então, tivemos alguns casos de clientes que
optaram por fazer a reimpressão na China, pois nesse caso foi só enviar o livro ante-
riormente impresso no Brasil”, revela Ullmann.
É o corte na própria carne que faz jorrar o sangue do mercado. Quem deveria ser
parceiro, monta a família dos sanguessugas no famigerado ambiente movido à polí-
tica da pior espécie. Mas como é alimentada por sangue nobre, os impostômetros da
vida têm sabor de quero mais. Teremos de vender o próprio sangue para sustentar a
família?
Panorama chinês
Dados do blog editado por Ferraz informam que a produção gráfica de todo o material
impresso na China concentra-se basicamente na região dos deltas de Yangtse, Pearl
e nas imediações de Pequim-Tianjin, os três maiores pólos de impressão do país.
Luiz Fernando Guedes, diretor da Printon:
“É uma concorrência desleal que
atingiu as gráficas que atuam no
segmento editorial. O governo
deveria, imediatamente, não
permitir a entrada de material
impresso de fora do Brasil. Além
disso, deveria tomar medidas
urgentes de incentivo à mídia
impressa, liberando a distribuição
de impressos nas ruas, baixando
tributação. Algo tem de ser feito.
Estamos passando pelo pior
momento da nossa história. A
quantidade de trabalhos reduziu
muito e o pouco que existe é
muito disputado. Há empresas
no mercado praticando preços
absurdos.”
Luizandes Barreto, diretor da Gráfica
Barreto, de Recife (PE):
“No andar da carruagem,
muitas das micro e pequenas
empresas, se não se
atualizarem, tenderão a
encerrar suas atividades,
pela concorrência das
médias e grandes empresas,
que se capacitaram.”