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Indicador
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“Avançamos bastante nessa última década, uma vez
que a grande maioria dos jovens nessa faixa etária
teve a oportunidade de acesso à educação na década
anterior,mas agora é preciso garantir a qualidade do en-
sino. O futuro do Brasil está na mão dessa geração. Os
jovens de hoje serão os pais de família, os trabalhadores,
eleitores, consumidores, produtores culturais, serão, en-
fim, as lideranças do País nos próximos 20 ou 30 anos”,
explica Ana Lúcia.
A pesquisadora insiste porém na a importância do avan-
ço na qualidade do ensino ofertado a essa parcela da po-
pulação, pois os dados do Inaf indicam que o alfabetismo
de nível pleno é ainda muito baixo, mesmo nessa faixa
etária. “Apenas pouco mais de um terço dos jovens bra-
sileiros domina plenamente o uso da leitura, da escrita e
da matemática e isso gera enormes limitações na reali-
zação de suas potencialidades”, avalia a pesquisadora.
A maioria dos jovens, 53%, se situa no grupo de
alfabetização básica e 11% ainda podem ser considerados
analfabetos funcionais
A maioria dos jovens, 53%, se situa no grupo de alfabetização básica e 11%
ainda podem ser considerados analfabetos funcionais. E pior: assim como
em outras faixas etárias, o nível pleno de alfabetismo permanece estagnado
em torno de 35% desde o início desta década.
O desafio agora é aumentar o percentual de jovens que atingem o nível
pleno, “pois o crescimento do Brasil depende da qualidade da educação
destes jovens que estão ingressando agora no mercado de trabalho”, avalia
a pesquisadora.
Os dados do Inaf evidenciam também uma grande distância nos níveis de
alfabetismo entre os jovens e os segmentos da população com idade mais
avançada. Entre a população de 50 a 64 anos, o alfabetismo funcional chega
a 52%, apesar do aumento no percentual dos funcionalmente alfabetizados,
que de 34% em 2001 passou para 48% em 2011.
Já nas faixas etárias de 35 a 49 e de 25 a 34 anosa proporção de analfabetos
funcionais caiu, respectivamente, de 46% em 2001 para 30% em 2011 e de
33% para 18% no mesmo período.
Para acelerar dos avanços, é fundamental o fortalecimento da educação de
jovens e adultos (EJA) não apenas nas séries iniciais mas principalmente
para a continuidade dos estudos para os adultos que o desejarem. “Nem
todos os adultos, porém, voltarão para a escola. É preciso que empregadores
assim, comoONGs, fundações, igrejas, movimentos sociais e outras organi-
zações da sociedade civilfaçam sua parte criando oportunidades de desen-
volvimento dessas habilidades que são essenciais para que todos possam
viver de maneira plena em uma sociedade letrada ”, ressalta Ana Lúcia.
Sobre o Inaf
O Inaf avalia as habilidades de leitura e matemática da população brasileira
com testes cognitivos aplicados em entrevistas pessoais com 2.002 pessoas
de 15 a 64 anos em todo o território nacional.
O desafio agora é aumentar o
percentual de jovens que atingem
o nível pleno, “pois o crescimento
do Brasil depende da qualidade da
educação destes jovens que estão
ingressando agora no mercado de
trabalho”, avalia a pesquisadora
Ana Lúcia Lima, diretora executiva
do Instituto Paulo Montenegro.