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GRAPHPRINT AGO 12
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ENTREVISTA
GRAPHPRINT: A Stilgraf completa 20 anos numa época em que
a própria indústria gráfica deita no divã na tentativa de se
reinventar. Já é possível fazer uma análise dos próximos 20
anos?
Franco: Passamos por várias mudanças de processos. A Stil-
graf foi pioneira em dados PB, que é marketing direto com
endereçamento, e o nosso negócio é a demanda promocional,
com muitos acabamentos, que traz valor agregado.
Vivemos a fase da transição do fotolito para o CtP e, hoje, o
que também olhamos é a questão do digital colorido. Quero
produzir materiais híbridos usando a impressão offset e a im-
pressão digital com a questão dos dados variáveis
A Stilgraf foca nesse tipo de dados variáveis, colorido e não o
transacional. Para isso, temos a HP Indigo 7500 imprimindo.
Sabemos que as mídias vão caminhar juntas; esqueçam as
substituições.
A verba acaba sendo direcionada para diferentes mídias e o
digital é uma delas. As redes sociais vieram com força, mas
acho que o meio impresso ainda é muito mais atrativo.
GRAPHPRINT: Sinais evidentes de uma nova era com meios
distintos?
Franco: Sim. Tenho acompanhado tudo que é novo, inclusive,
a Stilgraf investe em tecnologias que, além de rodarem a re-
vista física, convergem-na digitalmente.
Já usamos e proporcionamos o web to print. Há um jeito de
fazer anúncio para a mídia digital e outro para campanha im-
pressa. Definitivamente, são meios convergentes, mas distin-
tos.
Adquirimos um software para acompanhar essas tendências
e oferecemos o serviço ao cliente. Sinceramente, como grá-
fica, adoraria que não tivessem criado tudo isso, mas, como
existe, não estamos por fora.
Lembro que, há alguns anos, fiquei preocupado com o correio
híbrido. Escutei que o tal correio híbrido acabaria com isso ou
aquilo. Depois de um tempo, percebi que a minha preocupa-
ção foi uma grande besteira. As mídias sociais roubaram do
impresso muito mais do que o correio híbrido pretendia. Nada
se compara ao que estamos vivenciando atualmente. Hoje é
um negócio doido.
O grande benefício é que a mídia impressa concentra o lei-
tor e reforça a marca do anunciante. Uma grande montadora
automotiva parou de anunciar no Facebook porque o retorno
foi zero. Na verdade, as mídias sociais são rápidas, a troca de
tela é muito veloz. Ao folhear uma revista, prestamos mais
atenção ao tema.
Converso muito com diretores de criação de grandes agências
e eles afirmam que precisam olhar o anúncio em papel. Que-
rem sentir o anunciante na mídia impressa.
Lógico que existe a convergência, mas há anúncios que são
feitos em papel e revistas importantes estão sendo lançadas.
Vivemos recentemente a febre dos livros digitais. As edito-
ras ficaram preocupadas, mas na verdade esse movimento
não é tão forte. São mídias que oferecem suporte, mas o meio
impresso é a plataforma. O anúncio digital na indústria auto-
motiva, por exemplo, provou não ter retorno. A indústria auto-
motiva não teve grande aceitação nas redes sociais. O meio
impresso ainda manda nesse setor.
GRAPHPRINT: E como a Stilgraf conseguiu crescer num mer-
cado vorazmente predador?
Franco: Crescer não é fácil. Na época, o Brasil tinha um cená-
rio com menos empresas e menos indústrias gráficas. A Stil-
graf surgiu num vácuo oferecido pelo mercado ao trabalhar,
por exemplo, aos finais de semana. Criei situações que favo-
reciam meus clientes. Como era pequeno e tinha de concorrer
com grandes empresas apostei no prazo, pois a qualidade era
“Vivemos a fase da transição do fotolito
para o CtP e, hoje, o que também olhamos é
a questão do digital colorido. Quero produzir
materiais híbridos usando a impressão
offset e a impressão digital com a questão
dos dados variáveis.”
“Já usamos e proporcionamos o web to
print. Há um jeito de fazer anúncio para
a mídia digital e outro para campanha
impressa. Definitivamente, são meios
convergentes, mas distintos. Adquirimos
um software para acompanhar essas
tendências e oferecemos o serviço ao
cliente. Sinceramente, como gráfica,
adoraria que não tivessem criado tudo isso,
mas, como existe, não estamos por fora.”