Page 10 - 124

Basic HTML Version

ENTREVISTA
GRAPHPRINT AGO 12
10
muito questionável, uma vez que as máquinas, na época, não
eram novas. Ganhei mercado por meio da velocidade.
É lógico, também, que para crescer não dá para apostar no
ditado que na descida todo santo ajuda. Foi uma época baca-
na, com abertura de mercados. Em 1995, a construção civil e
as instituições financeiras investiam muito no meio impresso.
Como atendíamos agências, crescemos. O que mais favore-
ceu a Stilgraf foi a cobrança de qualidade via agência de pu-
blicidade. Isso me deu a diferenciação de mercado. Quando
comecei, atendia diversas agências que cuidavam de grandes
contas e atendiam clientes que demandavam impressos dia-
riamente.
O cliente altamente exigente instigou-me a investir e trouxe
a filosofia da qualidade. A partir de 1995 comecei a comprar
máquinas bicolores novas da Heidelberg.
Hoje o mercado está estagnado, mas não está decrescendo.
E isso não é incompetência de ninguém. Além da cobrança
dos clientes, a Stilgraf sempre teve planejamento desde a
entrada do material até a logística de entrega. Tudo funciona,
não é uma zona.
A questão de TI é outro diferencial da Stilgraf. Há seis anos,
quando comecei a investir nessa área, entrava na sala e o
cara estava sentado com o pé em cima da mesa. Confesso
que ficava louco com a situação, mas me diziam que era
assim mesmo. Assim mesmo o caramba!
Fiz novas contratações e, hoje, tudo funciona plenamente.
Todos os setores são equivalentes. Em 1997 chegamos ao
prédio da Barra Funda. Comecei a comprar uma máquina por
ano. Mão de obra qualificada e treinamento sempre foram
pontos primordiais.
GRAPHPRINT: Em 2011 a Stilgraf cresceu? Qual é a previsão
para 2012?
Franco: No ano passado faturamos R$ 115 milhões e em
2012, se empatar, já está de bom tamanho. Queremos cres-
cer e uma das maneiras é abrir mercados em outros esta-
dos. Em São Paulo ficou muito concentrado. O ideal é buscar
outros estados e abrir caminhos ao faturamento. Fui para a
Drupa não para comprar máquina de impressão, meu funil
não está nesse setor. Tenho de automatizar algo, algum tipo
de impresso no qual eu vá para o mercado com o preço mui-
to competitivo. Eu já imprimo revista e faço acabamento com
o sistema completo da Kolbus. Adquiri acessórios que co-
lam automaticamente bolsas com lombada quadrada. Sim,
o preço vai ficar mais competitivo. Definitivamente, não é na
impressão que eu preciso desse recurso. É no acabamento.
Uma indústria gráfica tem de investir constantemente. Tiro o
chapéu para uma gráfica que tem 100% do parque gráfico
em ação. O cara é bom. É claro que respeito muito o merca-
do, pois a Stilgraf cresceu respeitando o mercado. Fiz boas
aquisições ao investir na linha Kolbus, onde faço mil coisas.
O equipamento é gerador de novos produtos; a HP Indigo
7500 está se quitando e atende o cliente como um todo.
A Stilgraf tem também um pequeno departamento de enge-
nharia de impressos para viabilizar custos. Há sete anos atu-
“Converso muito com diretores de criação de grandes agências e eles afirmam que precisam olhar o
anúncio em papel. Querem sentir o anunciante na mídia impressa. Lógico que existe a convergência,
mas há anúncios que são feitos em papel e revistas importantes estão sendo lançadas.”