Page 52 - 124

Basic HTML Version

Energias Renováveis
GRAPHPRINT AGO 12
52
Quando falamos em energia limpa, pensamos logo em fontes renováveis,
como a energia solar e a eólica. Mas muitas vezes essas alternativas são
menos verdes do que parecem, e sua produção pode estar ligada a proble-
mas ambientais.
Porém, pelo menos para a indústria solar, essa condição felizmente está
mudando. De acordo com o relatório Verde e Limpa: Boas Práticas em Fo-
tovoltaica, produzido pela organização As You Sow, que defende práticas de
responsabilidade socioambiental para empresas, o setor solar não apenas
produz uma energia mais sustentável que as fontes fósseis como também
está se tornando mais limpo em toda a sua cadeia de produção.
Como historicamente a indústria solar baseia-se na justificativa de ser uma
alternativa energética mais limpa do que as opções de combustíveis fósseis,
ela enfrenta uma pressão ainda maior frente a casos como a liberação de
resíduos tóxicos e desperdício de água.
O relatório enfatiza que além da produção de energia mais limpa, a geração
solar também é benéfica para os trabalhadores, já que envolve menos risco
na produção do que as fontes fósseis. Também por isso, é importante que o
setor busque formas de se tornar ainda mais verde.
O documento, dividido em três seções (considerações
de investidores e exemplos de empresas que estão
adotando boas práticas; oportunidades técnicas; riscos
ambientais e de segurança na produção da tecnologia
e alternativas para mitigar esses riscos), indica que
muitos produtores de energia solar estão a par dessa
responsabilidade.
Um exemplo é a companhia chinesa JinkoSolar, que re-
solveu tomar atitudes rápidas para resolver um proble-
ma de poluição em um rio. Outro caso é o da Associação
de Indústrias de Energia Solar dos Estados Unidos, que
em março deste ano se comprometeu oficialmente com
responsabilidades socioambientais através de um docu-
mento que promove padrões para o setor nessas áreas.
Já a First Solar tem um programa de reciclagem de
destaque, que aproveita até 95% dos materiais se-
micondutores reutilizáveis de antigos painéis para a
produção de novos painéis. Outras empresas ainda
afirmaram, por exemplo, ter metas para reduções de
emissões, para reduzir o uso de água e estão parti-
cipando de programas voluntários de segurança no
trabalho.
“Fiquei realmente satisfeita por ver quanta consciência
há. Você está vendo uma indústria que é muito sensí-
vel”, avaliou Amy Galland, autora do relatório. Entre as
firmas que responderam as pesquisas utilizadas para
desenvolver o relatório estão a Dow Solar, a SunPower,
a Suntech, a Trina Solar e a Yingli Solar.
No entanto, ainda há muito a ser melhorado nessa in-
dústria. Um dos fatores a ser aprimorado é a própria
questão da transparência sobre as práticas das em-
presas solares. Para se ter uma ideia, dos cerca de 100
questionários enviados para as companhias solares
para produzir o relatório, apenas 11 foram respondi-
dos. “Realmente esperamos que o resto da indústria se
torne mais transparente e esteja pensando sobre isso”,
ponderou Galland.
O documento ainda aponta sugestões para resolver
alguns potenciais problemas da geração de energia
solar, como, por exemplo, a importância de ter uma po-
lítica de coleta de resíduos tóxicos, ou de se considerar
a localização para implantação de uma usina solar, vi-
sando reduzir a dependência desta em fontes fósseis
de energia para sua produção.
Fontes:
Carbono Brasil
)
Proinfa
)
ANEEL