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GRAPHPRINT SET 11
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ENTREVISTA
De romance em romance, página por página, Mauricio de Sousa e sua Turma continuam demandando cada vez mais papel e,
consequentemente, serviços gráfcos. Agora, de acordo com Souza, o próximo investimento, além da interatividade digital, é na
produção de livros. Ficou evidente, no decorrer da entrevista, concedida exclusivamente à GRAPHPRINT, que a área da educação
fascina Sousa. Por isso já ousamos dizer que em breve teremos novidades da Mauricio de Sousa Produções para a melhoria do
ensino brasileiro e mundial.
Ao ler a entrevista, certamente, você buscará na memória a imagem do seu flho lhe perguntando o que a Mônica dizia naqueles
balõezinhos brancos cheio de letrinhas; relembre ainda como a Magali conseguia comer uma melancia inteira sem mastigar ou
como o Cascão vive sem tomar banho e consegue ser um personagem tão caricato.
Ainda nesta entrevista tentamos descobrir se realmente a Mônica vai se casar com o Cebolinha, mas, sinceramente, não podemos
afrmar nem que sim, nem que não. O máximo que conseguimos foi descobrir a noiva do Floquinho, aquele felpudo cachorro verde
do Cebolinha que, de acordo com Sousa, pode ser um esfregão fêmea qualquer.
GRAPHPRINT:
O que acha da chegada de novas tecnologias e
como elas refetem na venda dos impressos da Mauricio de
Sousa Produções?
MAURICIO DE SOUSA:
Acho que a mesma discussão houve
quando a televisão viria para acabar com o cinema, e a inter-
net, com a televisão. As editoras estão apalpando os negócios
de tecnologia, como tablets, iPods, ebooks, entre outros. Quem
tem capital começa a investir em novas tecnologias, quem não
tem, espera um pouco mais para saber o que vem por aí. No
meu caso estou numa situação cômoda: como produtor de con-
teúdo, o lado que o sujeito me levar, se me interessar, vou.
GRAPHPRINT:
Não assusta, então, o ritmo avassalador da tec-
nologia?
MAURICIO DE SOUSA:
Absolutamente não! Há público que vai
continuar querendo sentir o cheiro do papel, da tinta, e tem
a molecada que deseja a telinha, o plasma. Logo, deve surgir
algo novo e com infnitos recursos. Sabe o que vou fazer? Vou
continuar cada vez mais sendo um produtor de conteúdo e
no meio do caminho vamos estabelecendo parcerias, como
a que temos como a produtora Digital 21. Empresas desse
nicho conhecem a tecnologia e podem me levar a mundos
novos. Por meio dessa parceria, podemos desenvolver a for-
matação ideal para ser usada nas novas plataformas e ainda
tenho a possibilidade de acompanhar bem de perto.
Não gosto de pegar uma história e jogar numa plataforma
qualquer, num equipamento que não posso acompanhar. Eu
gosto é de acompanhar as novas tecnologias, saber onde meu
conteúdo vai interagir. Preciso bater papo, discutir como lidar
com as novidades e até indicar caminhos. É o caso dos testes
com o iPads, onde a Maurício de Souza Digital Productions vai
misturar o audiovisual com todo o gráfco. Usaremos novos
aplicativos para levar aquilo que o leitor, antigo ou novo, dese-
ja. Esse produto converge tudo, desde a animação até a parte
editorial. Mesmo assim nenhuma novidade tira o charme de
folhear uma revista, mas ganha tecnologia. Hoje ninguém abre
mão da revista, mas também ninguém abre mão do iPad.
GRAPHPRINT:
Então, quanto mais opções tivermos melhor será?
MAURICIO DE SOUSA:
Quanto mais brinquedos, melhor. Te-
mos de inventar coisas, devemos criar em cima de todas as
novidades tecnológicas. É preciso criar mais elementos para
poder usá-los. A juventude vive numa velocidade violenta
em busca de games, alternativas, novidades e tudo mais. Eu
mesmo digo para o pessoal de criação “soltar o breque de
mão”; cada um pode criar mais coisas. Hoje, prefro os tatu-
ados, vou começar a tatuar meu pessoal. Sei lá, o tatuado já
conseguiu criar um design, teve coragem de criar um layout
nele próprio.
GRAPHPRINT:
Queda na tiragem é, então, ilusão?
MAURICIO DE SOUSA:
Continuo vendendo meus milhões de
revistas do mesmo jeito. Sai um leitor, que acha que virou
adulto, e entra outro. O Brasil é um país cheio de crianças,
felizmente. Os países nórdicos, por exemplo, possuem um in-
dicador baixíssimo de natalidade.
Há ainda o material jovem que veio para preencher um nicho
de mercado. E foi nesse espaço que entramos, pois estava
desguarnecido e ele nos dá a possibilidade de entrar com ti-
ragens de centenas de milhares. O último exemplar da revis-
ta, voltada ao público jovem, saiu com 500 mil exemplares.
“Sabe o que vou fazer? Vou continuar cada
vez mais sendo um produtor de conteúdo e
no meio do caminho vamos estabelecendo
parcerias, como a que temos como a
produtora Digital 21.”