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ENTREVISTA
GRAPHPRINT SET 11
10
Não vendeu tudo ainda, mas ainda temos mais de 30 dias
na banca.
São números absurdos e importantes e em qualquer parte do
mundo seriam maravilhosos. Nos Estados Unidos as revistas
que mais vendem estão com tiragens inferiores a 100 mil
exemplares; nós falamos de 500 mil exemplares.
GRAPHPRINT:
Não deve ser uma tarefa fácil conseguir de-
manda para uma tiragem desse volume. O que é preciso fa-
zer para vender produto impresso?
MAURICIO DE SOUSA:
Para nós é bem menos difícil vender
uma historinha de qualidade, mas também não podemos
dormir. A Turma da Mônica Jovem deu uma caída durante
três meses e a pessoa não me avisou. Ao saber dessa que-
da, na hora tive de inventar um negócio: o Cebolinha, então,
começou a namorar com a Mônica para valer.
Acredito que a queda está atrelada a uma realidade, pois
uma história boa certamente fará sucesso. Uma boa capa
também ajuda. Há outra questão que chamamos de fadiga
de material, onde o pessoal compra uma edição, compra
outra e depois para de comprar. Por isso, precisamos chaco-
alhar, fazer marketing e inventar situações. Eu quero saber
tudo que está acontecendo na revista, na distribuição e so-
bre os problemas. Quero saber se o público gostou da histó-
ria. Quero saber qual é a tendência para atender a demanda
psicológica do leitor.
GRAPHPRINT:
É natural que as tiragens dos seus produtos
sejam sempre grandes?
MAURICIO DE SOUSA:
Por força do tempo de serviço, sinto,
conforme o produto, a tiragem que suporta. Temos bons per-
sonagens que não aguentam 100 mil exemplares, pois não
possuem elementos para atingir o público em massa.
Quando lançarmos o Chico Moço, o Chico Bento Jovem, será
outro estouro de vendas. Estamos nos preparando para lan-
çá-lo com uma proposta ecológica, como a sustentabilidade,
por exemplo. A garotada que mora no interior vai continu-
ar morando por lá, mas hoje os recursos são outros. Estou
pesquisando junto à Embrapa o que está acontecendo com
a garotada do interior, pois há coisas progressistas aconte-
cendo, sim.
Pessoas da Embrapa e de diversas ONGs estão me alimen-
tando com informações preciosas. Enviaram-me um livro
que mostra como funciona o intercâmbio rural: a garotada,
em vez de ir para o exterior, migra, por exemplo, do Sul para o
Nordeste, do Norte para o Sudeste. Assim, acaba aprendendo
como funciona a lavoura, a pecuária e a plantações nas mais
diferentes regiões do nosso país. Finalizado o intercâmbio,
os jovens farão, conjuntamente, o mapa inteligente do cam-
po no que diz respeito a sustentabilidade, cuidado que se
deve ter com a terra, condições climáticas, entre outros. Isso
existe e ninguém sabe que está acontecendo.
Por isso, o Chico Moço, o Zé Lelé e toda a turma do interior vão
percorrer o Brasil com o objetivo de passar ao leitor informa-
ção relevante, com categoria, baseada em estudo, comprova-
damente útil. Costumes e tradições de cada região do Brasil
serão cruzados de forma séria e didática, mas no bojo disso
tudo tem de haver um belo roteiro, com alguns confitos, e de
“Há público que vai continuar querendo
sentir o cheiro do papel, da tinta, e tem a
molecada que deseja a telinha, o plasma.
Logo, deve surgir algo novo e com infnitos
recursos.”