Page 19 - 108

Basic HTML Version

GRAPHPRINT MAR 11
Papéis imprimir e escrever
19
Em relação à agenda nacional, a questão mais imediata é a definição de medidas
para correção do câmbio. Além disso, para a Bracelpa, o novo governo também deverá
priorizar a redução da carga tributária, com a desoneração plena de investimentos,
promover a devolução dos créditos de ICMS acumulados na exportação, criar um
regime especial que interrompa a geração de créditos tributários nas exportações
e, também, adotar medidas para a desoneração plena das exportações. Outro ponto
fundamental é a eliminação de gargalos nos principais modais de transporte – portos,
ferrovias e rodovias – o que, ao lado de investimentos privados, permitirá o avanço
do setor.
Imprimir e escrever
No ano passado, inegavelmente, o mercado acordava todos os dias de olho no câmbio.
Dormia na variação e acordava em busca da linearização. “O câmbio foi e continua
sendo uma preocupação. O atual momento é favorável às importações e isso pode
abrir brechas para a invasão de novos players”, avalia Ronald Dutton, diretor comer-
cial e marketing papéis finos da Arjowiggins.
Para a International Paper, mesmo que a taxa cambial continue a facilitar o avanço
das importações de papel, a aposta continua sendo no Brasil. “Acreditamos que ape-
sar da taxa de câmbio facilitar o avanço das importações de papel, aumentar ainda
mais os custos e dificultar novos investimentos no País, a International Paper con-
tinuará investindo no Brasil. Temos como estratégia a ampliação da nossa presença
no mercado de papel da América Latina. Para alcançar esses objetivos, investimos
na revisão e melhoria dos processos internos, no aumento da produtividade e na
gestão de custos fixos. Além disso, a IP aposta no desenvolvimento das pessoas e em
iniciativas para retenção de talentos”, diz a área de assessoria de comunicação da
International Paper.
André De Marco, gerente de produto da unidade de papel da Suzano Papel e Celulose,
observa que as variações do câmbio incentivam a reinvenção da empresa constante-
mente: “Por ser uma empresa de atuação global, a Suzano está atenta às variações
do câmbio, pois este tem impacto direto nos resultados da empresa. O fortalecimento
do real perante outras moedas faz com que a empresa se reinvente a cada período,
buscando cada vez mais sua diferenciação e competitividade.”
Câmbio hoje é um fator incontrolável para André Assis Pinto, da MD Papéis. “A ques-
tão câmbio hoje é um fator incontrolável, por isso temos que nos adaptar a esse
ambiente. Houve no ano de 2010 um significativo aumento de importação de papel,
principalmente em offset, que antes era praticamente nulo. A principal questão com
relação ao papel importado é o seu desvio de uso, a questão do papel imune, que pre-
cisa ser combatido”, avisa o gerente de negócios Imprimir e Escrever da MD Papéis.
Já na opinião de Claudia Patricia Ferreira, gerente de produtos – Papéis Finos da
Antalis, o governo tem sinalizado com ações a queda do câmbio. “Mas a princípio
não acreditamos numa grande mudança. De qualquer maneira, como multifuncional,
trabalhamos com as projeções do grupo.” Geraldo Ferreira, diretor da Cathay – sub-
sidiária da APP no Brasil, ressalta que foi e ainda é necessário manter a preocupação
com a questão cambial.
O alvo da produção é a demanda brasileira?
Na economia global há mercados que se aquecem – como é o caso dos componentes
do BRIC – e outros que perdem potência. Hoje, é fato, vivemos aqui economicamente
André De Marco, gerente de produto da
unidade de papel da Suzano Papel e Celulose:
“Por ser uma empresa de
atuação global, a Suzano está
atenta às variações do câmbio,
pois este tem impacto direto
nos resultados da empresa. O
fortalecimento do real perante
outras moedas faz com que
a empresa se reinvente a
cada período, buscando cada
vez mais sua diferenciação e
competitividade.”