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Papéis imprimir e escrever
GRAPHPRINT MAR 11
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ativo e em alguns setores puxamos a fila do empreendedorismo. “Com o desa-
quecimento de alguns mercados, principalmente o europeu, os grandes fabri-
cantes procuram países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil. O grande
trabalho a ser feito é a redução da carga tributária, deixando os fabricantes na-
cionais mais competitivos”, fala Pinto.
A Suzano, por exemplo, tem como foco o mercado da América Latina. “A Amé-
rica Latina, incluindo o Brasil nesse meio, é um mercado foco da Suzano Papel
e Celulose. A proximidade torna os custos logísticos competitivos e o mercado
oferece um espaço interessante para o crescimento do market share da empre-
sa na região. Independentemente disso, a Suzano mantém presenças nos mais
importantes países da Europa e nos Estados Unidos, principalmente com base na
qualidade de seus produtos e no seu back ground ambiental”, fala De Marco.
Dutton é outro líder empresarial que está de olho em toda a América Latina:
“Temos a preocupação com toda a América Latina, mas o Brasil, por seu posi-
cionamento estratégico, tamanho, relevância de seu mercado e pelo momento
econômico que atravessa faz merecer uma atenção especial.”
De acordo com sua assessoria de comunicação, uma das prioridades da Interna-
tional Paper este ano é o aumento da participação nas vendas domésticas. “Um
Geraldo Ferreira, diretor da Cathay – subsidiária da
APP no Brasil:
“A chegada de outros produtores
no Brasil cria alternativas para
o consumidor e gera maior
competitividade para o mercado.”
GRAPHPRINT: Qual a posição da empresa em relação ao papel imune? A relação do segmento é de total respeito?
O que precisa mudar?
De Marco:
“A manifestação do setor sobre este tema é realizada pela Bracelpa.”
Assessoria de comunicação da International Paper:
“Um dos principais desafios no mercado brasileiro é fazer frente ao papel im-
portado que entra sob a condição imune (isento de impostos) e acaba desviado da finalidade prevista em lei, que é a de uso exclusiva-
mente editorial. Segundo dados da Bracelpa, em 2010, o desvio de finalidade do papel de imprimir e escrever foi de aproximadamente
600 mil toneladas, o que corresponde a 28% do papel nacional e de 43,4% a 48,5% do papel importado declarado imune. A estimativa
da perda de impostos é de R$ 450 milhões. Desde setembro do ano passado, as empresas que não renovaram seus registros foram
canceladas, o que impossibilitará a realização de operações com papel imune. Nos casos de cancelamento do registro e comprovação
da utilização de papel imune para fins não imunes, a concessão de um novo registro ficará vetada por cinco anos. O controle será online,
em tempo real, e o cruzamento rápido e eficiente das informações será fundamental para que se evite a concorrência desleal.”
Ferreira:
“Falta mais e melhor fiscalização. O papel importado não pode ser o vilão da história. Sabe-se por meio de levantamentos
que a Áustria e a Finlândia são os principais países que exportam esse tipo de papel.”
Claudia:
“A Antalis é uma empresa que tem suas ações cotadas nas principais Bolsas de Valores da Europa. Em razão disto segue
regras rígidas de gestão corporativa e procedimentos em todos os países nos quais atua. Acreditamos que o controle do papel imune é
muito importante, uma vez que realinha os preços dos papéis no mercado. O que falta agora é que o mercado se ‘acostume’ a trabalhar
com os valores corretos e, principalmente, que a fiscalização realmente seja capaz de fazer com que se cumpram as regras.”
Pinto:
“O papel imune representa uma pequena parte do nosso negócio. Ainda acreditamos em ações do governo, como a DIF e
Recopi. O melhor caminho, em nossa opinião, passa pela redução dos impostos (PIS, Cofins e ICMS), diminuindo a atratividade pela
operação ilegal.”
Dutton:
“Atuamos de forma ainda pouco significativa no mercado editorial, mas é necessária uma atuação com respeito e transpa-
rência, para que seja saudável e produza resultados.”