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PAPÉIS IMPRIMIR E ESCREVER
GRAPHPRINT MAR 11
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Recentemente a Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa) informou que
a produção brasileira de papel deve registrar 3,4% de aumento, alcançando a marca
de 9,8 milhões de toneladas; a produção de celulose deve crescer 5,1% em 2010 em
comparação a 2009, chegando a 14 milhões de toneladas.
Outro destaque do segmento é o aumento da receita de exportações, um dos princi-
pais impactos negativos da crise financeira internacional no setor no ano passado: com
crescimento estimado de 33%, deve totalizar US$ 6,7 bilhões – só a receita de exporta-
ções de celulose deve registrar 41,2% de aumento, chegando a US$ 4,7 bilhões.
O novo ciclo de expansão da indústria, anunciado em setembro de 2010, trará inves-
timentos de US$ 20 bilhões até 2020. O objetivo é ampliar a base florestal em 45%,
passando dos atuais 2,2 milhões de hectares de florestas plantadas para 3,2 milhões
de hectares. A produção de papel terá aumento de 30%, chegando a 12,7 milhões de
toneladas. Estudos indicam ainda que os investimentos também devem dobrar, em dez
anos, a receita de exportações, chegando a US$ 13 bilhões entre celulose e papel.
Claramente os bons ventos retornaram ao setor, carregando consigo projeções ani-
madoras. “Estima-se que a demanda mundial de celulose de fibra curta cresça em
média 3% ao ano, até 2025, enquanto a demanda por todos os tipos de papel, princi-
palmente de embalagem e para fins sanitários, aumente 1,5% nesses 15 anos. O Bra-
sil, pela qualidade dos produtos e seus atributos de sustentabilidade, será um player
cada vez mais importante neste mercado altamente competitivo”, fala Elizabeth de
Carvalhaes, presidente executiva da Bracelpa.
Apesar do cenário bastante favorável, Elizabeth reforça que o setor enfrentará vários
desafios nos próximos anos. Em relação à agenda mundial, a busca de uma economia
de baixo carbono deve gerar oportunidades ao Brasil e, consequentemente, ao setor.
Por isso, a participação nas negociações climáticas, visando à inclusão dos créditos
de carbono florestais como mecanismo para compensar emissões, é questão funda-
mental. “Porém, está cada vez mais claro que a conciliação de interesses, especial-
mente dos Estados Unidos e da China, definirá o peso das negociações climáticas e
do desenvolvimento econômico”, reforça Elizabeth. Além disso, na sua avaliação, é
preciso acompanhar o recrudescimento de medidas protecionistas que prejudicam a
competitividade, principalmente dos países emergentes.
Ao imprimir escreve-se
o distinto momento
Junto à evolução do setor, imprimir e escrever terá
um ano forte e competitivo pela frente. Fabricantes
de papéis já sabem o que virá pela frente; só
esperam que venha pela frente, mesmo
Fábio Sabbag
André Assis Pinto, da MD Papéis
“A questão câmbio hoje é um
fator incontrolável, por isso
temos que nos adaptar a esse
ambiente. Houve no ano de
2010 um significativo aumento
de importação de papel,
principalmente em offset, que
antes era praticamente nulo. A
principal questão com relação
ao papel importado é o seu
desvio de uso, a questão do
papel imune, que precisa ser
combatido.”