Revista Graphprint - Edição 178

GRAPHPRINT AGOSTO17 29 PROJETOSOCIAL ProjetoRoedores de Livros desperta ogostopela leitura entre crianças doDistrito Federal Osmomentosde leiturasão intercaladoscomconversas,queestabelecem umambiente favorável paraconquistar aconfiançados frequentadores. Essescontatoscriamuma ligaçãoafetiva HÁMAISDEDEZANOS, OPROJETOROEDORES DE LIVROSUTILIZAAÇÕES INTEGRADASPARA DESPERTAROGOSTOPELA LITERATURAENTRE CRIANÇASEADOLESCENTESDODISTRITO FEDERAL O trabalho, que começou no Plano Piloto, atualmente tem uma sede fixa em Ceilândia, que, sendo a maior cidade do Distrito Federal, possibilita a ampliação do atendimento às crianças. A utilização do espaço é gratuita. AprofessoraAnaPaulaBernardes, coordenadoradoprojeto, lembraque tudo teve início com a criação de uma biblioteca na Asa Norte – local que, contemplado commuitas doações, acabou por inspirar oRoedores deLivros. Onomeéumaalusãoàexpressão“ratosdebiblioteca”, como costumam ser chamadas as pessoas que passammuito tempo nesses espaços de leitura. Na sede atual, todos os fins de semana, os estudantes ouvem histórias e participam de oficinas de artes, entre outras atividades. Professores tambémpodemaproveitar o local,ondesão realizadaspalestrasespecí- ficas para a categoria. O acervo é predominantemente infantil e juvenil, mas há obras para todas as idades. “É uma biblioteca comu- nitáriaabertaquequalquer pessoapode frequentar”, ressalta AnaPaula. A professora destaca a leitura como boa indicação para os momentos que todas as pessoas precisam criar, segundo sua avaliação,para“pensar emcoisasboas”. Ohábitode ler, ava- lia, sempre pode trazer mudanças de perspectiva na vida de qualquer um. A maioria das crianças que participam do projeto é formada por filhos de feirantes locais. A tendên- cia natural desse público, observa Ana Paula, era seguir os passos dos pais, algo que foi mudado a partir do contato frequente com a leitura. “As crianças querem ser pediatras, professores e seguir ou- tras profissões pelas quais, no início, nãomanifestavam inte- resse”, relata a coordenadora. “A partir desse momento em queelas vislumbramoutraspossibilidades, quando veemque omundo émuitogrande eque temmuitas coisas para serem feitas, a gente vaimudando esse lugarzinho.” Além das crianças, seus familiares também acabam sendo envolvidos pelas atividades do projeto. “Os pais ficam supe- ranimados e vêm buscar livros com a gente”, contaAna Pau- la.“Todoano,noDiadaCriança,agentedoaum livroparaque essa criança tambémmonte sua biblioteca, para que o amor ao livro nãofique restrito aoRoedores.” Os momentos de leitura são intercalados com conversas, que estabelecem um ambiente favorável para conquistar a confiança dos frequentadores. Esses contatos criam uma ligaçãoafetivaque, segundoobservaAnaPaula,muitas ve- zes não ocorre em casa ou na escola. “O livroaproximaagente”, resumeacoordenadoradoRoedo- res de Livros. “Então, quando a gente faz uma leitura a partir daqual acriançaou jovemsesenteàvontadeparaconversar, ela tira algumas dúvidas, vai experimentando outras coisas. Quando tem algum problema e quer conversar, às vezes não consegue falar isso em casa, e vempara cá.” Atualmente, cinco voluntários trabalham no projeto. A biblio- teca fica aberta ao público aos sábados, das 9h30 às 12h. Escolas podem agendar visitas pormensagem eletrônica.

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