Revista Graphprint - Edição 159 - page 3

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GRAPHPRINT OUTUBRO15
EDITORIAL
Antes de almejar predomínio,
sugiro respeitar a espécia endêmica
Semprequandoháachegadadeespécies invasoras,ouoambientenoqual ela
foi introduzida se rende ou ataca demaneira contumaz. Não sendo endêmica
à região que fora inserida, dificilmente quem chega consegue perdurar. No
máximo convive. Abro dessa forma numa tentativa de traçar um paralelo com
a notícia que você lerá adiante.
Surgido há alguns anos comomais um competidor voraz e, nãomuitas vezes
seletivo, os livros eletrônicos começam a sentir como o papel faz valer seu
espaço. Recente matéria publicada no jornal O Estado de S.Paulo, assinada
pela jornalista Alexandra Alter, do The New York Times, mostrou o lado mais
competitivo damídia impressa: o gosto do consumidor pelo produto em si.
De acordo com amatéria há sinais claros indicando que alguns daqueles que
adotaram o livro eletrônico estão voltando para o formato impresso.As vendas
de livros eletrônicos tiveram queda de 10% nos primeiros cincomeses do ano
de acordo comdados daAssociação de EditoresAmericanos, que reúne dados
de quase 1200 editoras. No ano passado, os livros digitais corresponderam
a 20% do mercado, fatia semelhante à observação de alguns anos atrás.
Na tentativa de lucrar, as editoras voltaram a investir na infraestrutura de
impressão e distribuição. A Hachette aumentou em 20mil metros quadrados
seu armazém em Indiana (EUA) no final do ano passado, e a Simon&Schuster
está ampliando sua central de distribuição em Nova Jersey (EUA) em 18 mil
metros quadrados.
Na realidade não posso apostar em uma volta. O papel e mídia impressa
não foram a lugar nenhum, logicamente não podem voltar. São intrínsecos
ao desenvolvimento humano tanto como pessoa física ou jurídica. Isso vale
para alguns ‘gurus’ que disseram que as vendas de e-books ultrapassariam
os livros impressos até2015.Hoje70% representam a fatiade vendade livros
físicos nomercado editorial dos EUA.
Aindasobreasespécies invasoras,comopescadorepecador,presencieimuitas
represas que suportaram a entrada impiedosa de bichos não convenientes
com a respectiva fauna eflora.Acompanhei que, nagrandemaioriados casos,
quando a espécie invasora vinha com um apetite voraz, durante alguns anos
conseguiaprevalecer.Noentanto,apescaficavacomprometida.Osexemplares,
quando conseguiam se livrar do canibalismo
selvagem, não alcançavam a medida exigida
pela fiscalização por motivos óbvios. Há casos
onde a espécie invasora conseguiu convergir,
nem sempre harmoniosamente, porém
equilibrada, com os nativos do lago. E nesse
caso, apescaprosperou em todos os sentidos,
peixe grande e saudável que gera renda a
todos sempremirandoapescaesportiva como
forma de lazer e respeito ao ambiente.
Ligo então o movimento favorável ao livro
impresso. Meu ponto de vista nada mais é
do que a espécie endêmica mostrando que,
quando alguém quiser pisar na lagoa, seja
bem-vindo, mas ao menos procure saber
quem habita desde sempre o espaço.
Saudações GRAPHPRINTENSES
Fábio Sabbag
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