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BALANÇO
GRAPHPRINT JAN/FEV 14
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No terceiro trimestre do ano passado a in-
dústria gráfica registrou seu oitavo resul-
tado negativo na comparação com trimes-
tres anteriores. A queda, de acordo com
dados do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), foi de 5,4% frente ao
segundo trimestre, e levou a Associação
Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf)
a rever suas projeções para o setor em
2013. Dos nada otimistas -2,4% projeta-
dos anteriormente, recuou a expectativa
de crescimento para -5,6%.
A piora do ambiente econômico, o fraco
desempenho no trimestre e a falta de
expectativa de recuperação nesses três
últimos meses do ano fundamentaram a
decisão. O Índice de Custos de Fabricação
de Produtos Gráficos (ISC) de setembro/
outubro, apurado pelo Departamento de
Estudos Econômicos da Abigraf com base
em dados de FGV, Aneel e Datafolha, con-
firma que o setor enfrenta dificuldades
também com a aceleração dos seus gas-
tos com insumos e mão de obra.
Fortemente dependente de insumos im-
portados ou suscetíveis às variações de
câmbio, a indústria gráfica viu seus cus-
tos de produção acelerarem 5,2% em re-
lação a setembro/outubro de 2012 e 4,3%
frente ao bimestre anterior (julho/agosto
de 2013). O principal responsável pelas
altas foram os insumos, que, alavancados
pela depreciação cambial, subiram 4,4%
ante igual período de 2012. Na mesma
comparação, também a mão de obra ficou
7,3% mais cara para o setor. Na conta fi-
nal, o segmento de embalagens foi o mais
onerado, com aumentos entre 7% e 9%.
Aceleração dos custos acentua
dificuldades da indústria gráfica
Com projeções de crescimento já revisadas para baixo,
a atividade vê a situação agravar-se com a aceleração
de 4,3% dos custos de produção frente a julho/agosto
Indústria Gráfica Brasileira
2012
(*) Valor estimado provisório
Fonte: IBGE/PI/PIM-PF/FGV. Elaboração: DECON/ABIGRAF
“O agravante dessa aceleração é que
a indústria gráfica já vem atuando com
margens deprimidas. Somos um setor
fortemente capilarizado, em que a lei da
oferta realmente impera; é uma concor-
rência perfeita, benéfica para o mercado,
mas que exige um delicado equilíbrio por
parte das empresas para a manutenção
das suas margens”, afirma Fabio Arruda
Mortara, presidente da Abigraf e do Sindi-
cato da Indústria Gráfica no Estado de São
Paulo (Sindigraf-SP).
Segundo Mortara, para 2014, diante da
falta de perspectiva de mudanças macro-
econômicas, a indústria gráfica não prevê
crescimento, devendo fechar o ano com
resultado 1,7% inferior a 2013. Apesar das
expectativas nada otimistas, o setor conti-
nua investindo para manter o parque grá-
fico atualizado. Entre janeiro e novembro
de 2013, conforme dados do MDIC/Secex,
a indústria importou US$ 1,08 bilhão em
máquinas e equipamentos, apenas 4,7%
menos do que em igual período de 2012.
Lembrando que 2014 é ano de eleições,
Mortara defende que a indústria gráfi-
ca redobre sua articulação. “Precisamos
pressionar para que as reformas política,
tributária, trabalhista, previdenciária e
judiciária saiam do papel. É preciso di-
minuir o intervencionismo e restabelecer
um ambiente menos hostil aos negócios”,
pondera o presidente da Abigraf e do Sin-
digraf-SP.
Entre as realizações que prometem ocu-
par lugar de destaque nas agendas das
duas entidades no próximo ano, ele des-
taca ainda o fortalecimento do Comitê da
Cadeia Produtiva do Papel, Gráfica e Em-
balagem, criado na Fiesp e que já conta
Produção industrial (*)
Valores nominais: preços correntes
R$ 44 bi
Variação da produção física
- 4,6¨%
Variação da produção em R$
+ 1,4%