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GRAPHPRINT DEZ 13
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ENTREVISTA
GRAPHPRINT: Como você enxerga o atual momento do
setor gráfico e a sua consequente sinergia com a miríade
de mídias existentes?
Abreu:
A primeira coisa que eu vejo é que em todo período
de transformações, novos rumos ou até mesmo a chegada
de novas mídias sempre aparecem previsões apocalípticas de
que uma indústria substituirá a outra. Eu vejo que é o momen-
to, sim, de maior transformação da nossa indústria, mas isso
não quer dizer que é o fim.
Vivemos uma readaptação de tudo e temos de buscar novas
formas de negócios e criar oportunidades inéditas. É uma
oportunidade de crescimento e de abraçar novos mercados.
GRAPHPRINT: Para a AlphaGraphics quais são os novos
meios?
Abreu:
Em primeiro lugar
passamos a entender que
o papel, de uma forma bem
objetiva, não se comunica
sozinho mais. A mensagem
para o cliente é que o papel
passa a ter, hoje, 100% de
obrigação de se conectar com
todas as mídias. Do cartão de
visitas ao jornal é obrigató-
rio apresentar conexão com
todas as mídias disponíveis,
seja impressa, digital ou com
ferramentas de interação. A
integração tem de ser 100%.
Quem vai determinar a de
maior impacto, ou de maior
relevância, é o consumidor.
Encaramos esse fato de uma
forma muito clara dentro da
AlphaGraphics.
Falando de novos mercados,
para nós que investimos muito
em inovação, passamos a en-
tender que quem vai sofrer, ou
quem talvez não passe pelas
grandes ondas, são as em-
presas que decidirem ficar na
área de commodities.
É nessa área que os preços
ficarão cada vez mais espre-
midos e sem possibilidades de
grandes inovações. As empresas que querem crescer terão
de buscar o valor agregado.
Quando falamos em liderança, nesse momento apontamos
não somente para a tecnologia. É uma alteração cultural, pois
temos de apresentar caminhos que os próprios clientes des-
conhecem. Antes, recebíamos os pedidos e colocávamos as
máquinas para rodar. Atuar em novos mercados, em busca de
oportunidades, é o grande desafio para as gráficas.
As transformações acontecem rapidamente e identificamos
que o mercado consumidor não tem profundo conhecimento
daquilo que realmente pode ser criado para gerar renda. Hoje,
a indústria gráfica tem de vender a ideia ao terceiro que, por
sua vez, não tem a noção dos desdobramentos que surgem a
favor do seu negócio.
Depois que a oportunidade é criada, e pode ser até uma coisa
óbvia, o cliente passa a enten-
der o seu real valor.
Hoje muito se fala em web to
print. Acredito que dentro de
dois anos o web to print vai
representar de 40% a 50% da
demanda de impressão.
É um negócio que vem mu-
dando a cultura de venda e
compra. Acontece que se as
empresas implantarem de
forma comoditizada não te-
rão o retorno esperado. Saber
vender as novas tecnologias é
essencial, pois hoje o canal de
vendas também se torna com-
moditie rapidamente.
Algo que foi criado e já se
tornou commoditie é o QR
Code. Hoje, a pergunta válida
é: como criar valor agregado
nele? Por isso, há algumas
maneiras de transformá-lo
numa comunicação visual in-
tegrada ao impresso.
É preciso ressaltar que os QR
Codes são criados de graça e
por isso temos de vender sis-
temas que mensuram resulta-
dos de leitura, como as pes-
soas acessaram e em quais
lugares estavam.
“Imagine que há vários projetos que
não são considerados impressos, mas
que podem se tornar novas demandas.
Quando lançamos o agBook sabíamos que
90% do que era escrito não era publicado.
Identificamos que o problema estava na
publicação e não na impressão. A partir
do momento que conseguimos trazer 20
mil pessoas para publicarem seus livros
geramos um mercado novo.”