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ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA
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Recentemente, passou a ser obrigatório incluir na nota fiscal todos
os impostos embutidos sobre os produtos. De acordo com Ricardo
Martins, diretor do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo
(Ciesp - Distrital Leste), a proposta é bem intencionada: o consu-
midor deverá saber o quanto paga de carga tributária no preço
final do bem adquirido. “Infelizmente de boas intenções o inferno
está cheio e mais essa obrigação só trará resultados quando a
população passar a exigir uma diminuição no volume de impostos
cobrados dela. Esperemos que seja logo”, desabafa.
Para Martins, o grande problema é que, no Brasil, as dificuldades
com relação ao sistema de impostos não são apenas o tamanho
a carga, mas também toda a burocracia que envolve o seu paga-
mento. “Para se ter ideia, são 88 tributos no País e os governos
federal, estaduais e municipais já editaram mais de 290 mil nor-
mas tributárias, uma média de 30 por dia, desde 1988. Existem
ao menos 11,2 milhões de diferentes combinações de impostos
a serem declaradas. Precisamos simplificar essa parafernália
tributária e desonerar a indústria dessa rede de tributos, taxas,
impostos e contribuições, que entram em vigor numa velocidade
“Indústria é refém
dos impostos”, diz
diretor do Ciesp
Estudos recentes mostram que 40%
do PIB (Produto Interno Bruto) é
formado pela arrecadação tributária
espantosa, deixando as empresas sujeitas a serem auditadas e
penalizadas nas fiscalizações. Além disso, o excesso de tributos
dificulta a competitividade no Brasil e encarece os produtos ma-
nufaturados”, informa.
Martins acredita que com tanta norma surgindo a cada dia, ao
invés de produzir, que é o seu core-business, a indústria brasilei-
ra gasta 2.600 horas por ano, tentando desvendar esse labirinto
de taxas, tal a sua complexidade. “Para isso, precisamos ter mais
profissionais trabalhando em áreas administrativas e esse exces-
so de burocracia tributária custa às empresas R$ 46,3 bilhões por
ano”, contabiliza.
Histórico de arrecadação
Estudos recentes mostram que 40% do PIB é formado pela arre-
cadação de impostos. Na década de 90, a carga tributária era de
24% do PIB. Já 40,3% (em média) do preço da indústria no Brasil
resultam do recolhimento de impostos.
“Para se ter ideia, são 88 tributos no País e os
governos federal, estaduais e municipais já
editaram mais de 290 mil normas tributárias, uma
média de 30 por dia, desde 1988. Existem ao
menos 11,2 milhões de diferentes combinações de
impostos a serem declaradas.”