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Evento
GRAPHPRINT NOV 12
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digitais da fabricante
suíça, discorreu so-
bre como o mercado
de impressão digital
está se desenvolven-
do. Com forte atuação
no desenvolvimento
e introdução da solu-
ção de livros digitais
SigmaLine, Volic ob-
servou que atualmen-
te os editores estão
lutando por best sel-
lers, pois têm medo
de publicar livros que
não vendem. “Com as
vendas de livros dimi-
nuindo, as novas publicações têm menos tempo de exposição no ponto de
venda. Por isso é necessário ter um parque gráfico com alto grau de auto-
mação, com fluxo de trabalho sofisticado. O gap entre o offset e o digital
está se fechando. Hoje, as empresas têm de usar o máximo da impressão
digital e confiar no acabamento que as máquinas proporcionam”, avaliou.
Mauricio Carlini, gerente da Kodak para o segmento de impressão digital,
mostrou ao púbico o tema marketing direto digital, as tecnologias e os
canais, que de uma forma geral são relevantes e têm grande potencial,
mas individualmente não garantem o sucesso do negócio. “O que é cer-
to mesmo é que nada na indústria gráfica será como antes; muitos vão
nascer e tantos outros morrerão. Há novos jeitos de se fazer receitas e o
gráfico terá de descobrir. O empresário terá de ser criativo, diferente em
suas ofertas. O mercado é muito focado em vender equipamento. Mas
devemos olhar para o cliente de nossos clientes, ou seja, o cliente final, e
pensar em como podemos satisfazê-lo, como ele pode ganhar dinheiro”,
afirmou Carlini.
Carlini apontou que talvez o segredo esteja na análise e no investimento
certeiro na forma de integrar a comunicação gráfica a outras ferramentas
de comunicação, como mobiles, Facebook e outras mídias digitais não
gráficas.
Eduardo Buck, da Canon, disse que a empresa aposta na impressão por
meio de jato de tinta, pois os cabeçotes têm demonstrado uma grande
melhoria. “Imagino que deve desacelerar o processo de impressão a laser
com base toner e isso é bom, porque praticamente continuaremos usando
os processos de impressão offset”, completou Buck.
Ainda de acordo com Buck, o caminho do sucesso não é o tipo de má-
quina nem a tecnologia. “O ponto é o capital humano. Falamos bastante
sobre desenvolvimentos, mas precisamos capacitar nosso pessoal. Os
impressores têm de
estar
preparados.
Por outro lado é ide-
al que as empresas
façam planejamentos
estratégicos de cinco
anos e parem para
analisar as metas de
ano em ano. Investir
na capacitação dos
funcionários é vital.
A Canon desenvolve
uma série de parce-
rias com identidades
de classe. Há cursos
de impressão digital
por meio da parceria
com a ANconsulting e faltam participantes para o curso”, avisou.
A Editora Scortecci é um case de sucesso e, de acordo com João Scor-
tecci, deverá crescer mais de 20% em 2012. “A impressão digital é um
grande negócio. Em sua essência, não veio para substituir nada. Ganhou
mercado quando foi capaz de fomentar milhares de novos negócios e er-
rou quando tentou substituir outros processos de impressão. Engana-se
totalmente quem acredita que a impressão digital é um apêndice dentro
das gráficas convencionais. Compartilhei seu desgaste, senti a falta de
confiabilidade e da ausência de insumos. Compartilhei conceitos e fiz
exigências de durabilidade. Entreguei ao meu cliente o que era até então
possível imaginar nesse mundo. Nessa brincadeira lá se vão 30 anos.
Comecei nas pequenas tiragens e entrei na cola da impressão sob de-
manda”, contou.
Scortecci fez questão de enfatizar que o custo Brasil assola e ameaça
a indústria como um todo. “Estamos sendo comidos pela beirada; não
existe mão de obra e não dá para formar profissionais de uma maneira
amadora. Estamos perdendo profissionais para outros e quando o traba-
lhador é formado dentro da nossa estrutura e ganha outros mercados é
preocupante.”
Rodrigo Abreu, presidente da Alphagraphics, alertou que o Brasil, em
questão de impressão digital, está extremamente atrasado. “Nos EUA, por
exemplo, 18% da demanda já é produzida por meio do web to print. Temos
de parar de colocar a culpa no mercado e rever que a culpa está em nossa
cultura de não apoiar ou de ter expectativa de curto prazo. Em 2012, 1%
das vendas de ecomerce no Brasil vem do mobile e a projeção para 2013
é de 10%. Porém, quando falamos de impressão, qual é a demanda quem
vem desse meio? Novamente detectamos que não é a impressão que vai
fazer a diferença e sim o relacionamento com os clientes”, disse Abreu.