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GRAPHPRINT OUT 12
Demanda
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O diretor da Ipsis diz que se não houver intervenção neste caso, a indústria gráfica
tende a acabar no Brasil. “E as consequências que todos sabemos são desemprego
e sucateamento da indústria, entre outros. Mas sinto não haver interesse do governo
brasileiro com esse tema especificamente”, avisa Ullmann.
Celio Coelho de Magalhães, gerente de marketing da Brasilgrafica, fala que no mer-
cado de embalagens, calcado em grandes volumes, a concorrência chinesa ainda
não se fez presente. Mesmo assim, não fica em cima do muro: “O governo brasileiro
deveria impor restrições, uma vez que o Brasil tem capacidade ociosa e capacidade
técnica para suprir a demanda interna por esses produtos. É um segmento que sofre
com a concorrência interna, altas taxas impostas na aquisição de equipamentos e
alta carga tributária.”
Junqueira, da Printbill, fala que o segmento de artes gráficas no Brasil é preparado
tecnologicamente e o executivo não enxerga grandes diferenças técnicas entre as
indústrias gráficas locais e suas concorrentes da Europa, América Central ou Ásia.
“Por outro lado, vejo a indústria gráfica no Brasil fragmentada e fragilizada devido
aos intensivos investimentos superiores ao crescimento da demanda. Há ainda mui-
tas empresas com um nível de gestão muito baixo para participarem do mercado
competitivo”, completa.
Mortara, agora como presidente da Abigraf, informa que a associação tem feito inú-
meros pleitos ao governo federal nos diversos ministérios para que as condições
sejam pelo menos isonômicas com relação aos produtos e gráficas chineses. “Somos
um setor que, tradicionalmente, opera em concorrência perfeita quando atingido por
concorrentes eletrônicos e, de algum tempo para cá, por concorrentes estrangeiros.
Assim há a vulnerabilidade. Esta é a situação de nossa indústria gráfica” conclui.
David Friesen, da gráfica canadense Friesens, durante sua apresentação na Trendsof
Print LatinAmerica 2008, organizada pela Afeigraf, tratou do tema China e o novo
mundo da impressão. “Mostro aos gráficos latino-americanos como os chineses têm
conquistado esse sucesso e como esses gráficos podem adaptar seus negócios para
minimizar o impacto com a concorrência chinesa num futuro próximo. Mas não há
dúvidas de que existem oportunidades interessantes para que gráficos brasileiros ex-
portem para mercados da América do Norte e Europa, e eu sei que isso irá acontecer.
Eu acredito que o Brasil deve observar o que China e Índia vêm fazendo, sobretudo por
serem dois países familiarizados com a exportação de produtos”, disse.
Celio Coelho de Magalhães, gerente de marketing
da Brasilgrafica:
“O governo brasileiro deveria impor
restrições, uma vez que o Brasil tem
capacidade ociosa e capacidade
técnica para suprir a demanda interna
por esses produtos. É um segmento
que sofre com a concorrência interna,
altas taxas impostas na aquisição de
equipamentos e alta carga tributária.”
Fabio Arruda Mortara, agora como presidente da Abigraf:
“Somos um setor que, tradicionalmente, opera em concorrência
perfeita quando atingido por concorrentes eletrônicos e, de
algum tempo para cá, por concorrentes estrangeiros. Assim há a
vulnerabilidade. Esta é a situação de nossa indústria gráfica.”