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papel cartão
GRAPHPRINT JUL 11
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A seiva da embalagem
No embalo do crescimento da economia, o segmento de papel cartão, matéria-prima
principal da embalagem, vive época de demanda aquecida com tecnologia avançada
Desde meados da década de 90, mudanças na economia brasi-
leira, resultantes principalmente do Plano Real, elevaram a renda
dos brasileiros, aumentando substancialmente a classe C, defini-
da como aquela cuja renda familiar mensal varia entre R$1.065,00
e R$4.591,00 de acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Nos
últimos sete anos, essa camada da população teve aumento supe-
rior a 40% em sua renda familiar, injetando mais de R$100 bilhões
na economia.
Isso significa que há uma parcela maior da população em condi-
ções de consumir produtos, sejam microcomputadores, aparelhos
de micro-ondas, automóveis, leite longa vida, amaciante de rou-
pas, tintura para cabelo, cosméticos, entre muitos outros. Dessa
forma, visando “atender aos requisitos do consumidor”, alguns
desafios devem ser superados pelos participantes da cadeia de
Eduardo Gianini gerente de marketing da Papirus:
“O mercado tem demonstrado algumas
tendências: diversificação, porém com diminuição
de tiragens unitárias; o mercado está ascendente,
mas ainda não recuperado em relação aos
volumes de antes da crise de 2009; o mercado
brasileiro de embalagem em geral aumentou 10%
em relação ao ano passado.”
suprimento: conhecimento da demanda; operação comercial e lo-
gística e cooperação na cadeia de suprimento.
A almejada estabilidade na economia brasileira abriu as portas do
mercado de consumo a uma fatia considerável da população bra-
sileira. Apenas no ano de 2010, 19 milhões de pessoas deixaram
as classes D e E e 12 milhões subiram às classes A e B. Há cinco
anos, as classes A, B e C, somadas, representavam apenas 49% da
população, enquanto em 2010 elas somavam 74%.
Recentemente o Fundo Monetário Internacional (FMI) fez a empol-
gada economia brasileira pisar no freio. O FMI reduziu a previsão
de crescimento da economia brasileira em 2011 e 2012; o Produto
Interno Bruto (PIB) do Brasil crescerá 4,1% neste ano, e não mais
4,5% como previsto em abril. Para 2012, o FMI rebaixou o cresci-
mento de 4,1% para 3,6%.
Reflexos dos números
Os reflexos da elevação social e melhora na renda per capita da
sociedade começam a repercutir no mercado. O segmento de em-
balagens, consequentemente, é o que mais cresce no segmento
gráfico. Claro que muitas gráficas, tradicionais em outros merca-
dos, estão de olho nesse filão; na outra ponta o fabricante de papel
cartão para embalagens espelha o fortalecimento e detecta algu-
mas tendências: “O mercado tem demonstrado algumas tendên-
cias: diversificação, porém com diminuição de tiragens unitárias;
o mercado está ascendente, mas ainda não recuperado em rela-
ção aos volumes de antes da crise de 2009; o mercado brasileiro
de embalagem em geral aumentou 10% em relação ao ano pas-
sado”, mostra Eduardo Gianini gerente de marketing da Papirus.
De acordo Paulo César Bernardino, gerente de contas e desenvol-
vimento técnico da divisão de papel cartão da Klabin, no início do
2º semestre de 2009 houve um consumo acelerado das famílias,
o que refletiu no crescimento da produção de embalagens carto-
nadas: “Em 2010 esse segmento gráfico experimentou um cresci-
mento sem precedentes alavancado pelo aumento das classes C,
D e E. Segundo dados da Bracelpa, o crescimento do papel cartão
foi de 15%”, acrescenta.
Ainda de acordo com a Associação Brasileira de Celulose e Papel
(Bracelpa) em 2010, no mercado doméstico, destacaram-se as
Fábio Sabbag