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LEI CIDADE LIMPA
GRAPHPRINT JUL 11
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Até porque São Paulo é São Paulo
O luta contra a Lei Cidade Limpa (14.223/06), que desde 2007 res-
tringe a publicidade externa na cidade, ganhou mais força com a
escolha do Brasil para sediar a próxima Copa do Mundo. “Existe
uma pressão de anunciantes querendo que a mídia volte porque
os patrocinadores querem divulgar as marcas na rua. O Brasil in-
teiro terá as marcas na rua, e São Paulo, não”, afirmou Luiz Valen-
te, presidente da Central de Outdoor.
Mas a volta do meio outdoor na cidade de São Paulo não é, vamos
dizer assim, um assunto fácil de ser resolvido. De acordo com Va-
lente, será difícil na gestão de Gilberto Kassab. “É algo que deve
ser discutido no final de 2012, começo de 2013. Existe um mix
de mídias, e o outdoor é complementar. Sem a mídia de São Pau-
lo, muitos anunciantes passaram a ver outras praças, mas outros
deixaram de anunciar”, diz Valente, acrescentando que São Paulo
poderia adotar um sistema parecido com o de Curitiba (PR), que
baniu a publicidade externa na zona central, concentrando o mer-
cado na periferia.
GRAPHPRINT: A luta contra a Lei Cidade
Limpa (14.223/06), que desde 2007 restringe a
publicidade externa na cidade, ganhou mais
força com a escolha do Brasil para sediar a
próxima Copa do Mundo?
Valente: Sim. É claro que a questão ganhou uma nova força com
essa decisão. Como venho afirmando, hoje já existe uma pressão
de anunciantes querendo que a mídia volte às ruas da principal
cidade da América do Sul, até porque, com uma oportunidade
dessas, muitos anunciantes querem divulgar as marcas na rua. É
de se estranhar que todas as demais capitais brasileiras terão a
oportunidade de divulgarem marcas e produtos em outdoor e nas
demais manifestações de mídia exterior, já que possuem regras
claras sobre isso, enquanto a maior capital, não. Estamos iniciando
um processo de ampla discussão sobre essa questão, envolvendo
todos os membros da sociedade, publicitários, anunciantes e o
próprio Poder Público, que pode rever essa decisão.
GRAPHPRINT: O senhor disse que existe uma
pressão de anunciantes querendo que a mídia
volte porque os patrocinadores querem
divulgar as marcas na rua. Quais as ações
aplicadas pela Central de Outdoor? 
Valente: Como já disse, estamos iniciando um amplo processo de
discussão do assunto, procurando envolver todos os setores da
sociedade e o próprio Poder Público para rever a lei, até porque a
própria Prefeitura de São Paulo, recentemente, promoveu uma fle-
xibilização na mesma, autorizando anúncios nas telas de edifícios
em reforma, o que pode facilitar a discussão de novas formas de
exibição na cidade, com áreas específicas, com normas claras e
fiscalização efetiva. Temos conversado com vários representantes
de setores anunciantes e eles concordam que pode existir essa
flexibilização.
GRAPHPRINT: Na prática quais são as
propostas defendidas pela Central de
Outdoor?
Valente: Ainda não temos uma proposta fechada. Estamos discu-
tindo, ouvindo publicitários e profissionais de outras áreas, como
arquitetos e urbanistas, para podermos analisar as melhores
ideias. Uma ideia é que São Paulo poderia adotar um sistema pa-
recido com o de Curitiba (PR), que baniu a publicidade externa na
zona central, concentrando as peças em áreas específicas, com
normas específicas e formatos e padrões diferenciados. Mas a
ideia é sempre discutir em conjunto, envolvendo inclusive técni-
cos de nossa área com os profissionais da Prefeitura para o esta-
belecimento de um projeto harmonioso e feito em conjunto.