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Artigo técnico
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Nesta legislação, o fundamento é a reatividade fotoquímica dos
compostos orgânicos voláteis. O principal impacto de um VOC na
atmosfera é a formação de ozônio, através de sua reação com o
NOX catalisado pela luz solar.
Por esse motivo, a reação é conhecida como reação fotoquímica,
e a propriedade que cada VOC apresenta em gerar ozônio é deno-
minada reatividade fotoquímica.
O conceito desenvolvido para medir o potencial individual de for-
mação de ozônio na atmosfera de cada VOC específico foi o MIR
– Maximum Incremental Reactivity. O valor de MIR é expresso em
massa de ozônio gerada por massa de VOC considerado. Quanto
maior este valor, maior será a quantidade de ozônio formada. Se-
gue abaixo a forma como é expresso o MIR:
O conceito de reatividade foi inicialmente utilizado pela CARB (Ca-
lifornia Air Resources Board) para tintas aerossol na legislação de
2002, e em 2008 foi adotada pela EPA também para tintas em
aerossol em todo território dos Estados Unidos.
Como exemplo, podemos mencionar alguns valores comparativos
de MIR:
Desta forma, é possível demonstrar que o isopropanol causa me-
nos impacto à camada de ozônio que o etanol e impacto ainda
menor quando comparado com o tolueno.
No que diz respeito a toxicidade, podemos utilizar os conceitos
do GHS para esta classificação. O GHS é o acrônimo para Globally
Harmonized System of Classification and Labelling of Chemicals,
ou seja, Sistema Globalmente Harmonizado para a Classificação e
Rotulagem de Produtos Químicos. Foi estabelecido pelas Nações
Unidas como resposta à uma das ações prioritárias do Capítulo 19
da Agenda 21.
O GHS estabelece critérios lógicos e abrangentes para classifica-
ção de perigos físicos, à saúde e ao meio ambiente para substân-
cias químicas e misturas, bem como a comunicação estruturada
desses perigos por meio do uso de rótulos de Fichas de Dados de
Reatividade Incremental
Máxima (MIR)
g de O
3
g de VOC específico
Segurança. No Brasil, o GHS é base para o conjunto de normas
ABNT NBR 14725 partes de 1 a 4.
Uso do GHS para classificação e
comunicação de perigos
Os critérios estabelecidos pelo GHS são aplicáveis para substân-
cias puras e misturas, inclusive com a definição dos métodos para
obtenção dos dados quando necessário.
A precisa classificação de uma substância ou mistura depende
da interpretação dos critérios estabelecidos pelo GHS, como da
confiabilidade dos dados disponíveis. A classificação de perigos é
uma atividade que deve ser realizada por especialistas suficien-
temente treinados porque além da simples existência de dados
confiáveis, evidências em seres humanos e animais devem ser
considerados. Para certas propriedades, a classificação pode ser
diretamente obtida quando os dados satisfazem os critérios. Para
outras, a classificação pode ser inteiramente baseada em evidên-
cias.
Utilizando estes conceitos, o isopropanol pode ser classificado da
seguinte forma:
Classes de perigos
Categoria
Perigos físicos
Líquido inflamável
Categoria 2
Perigos à saúde
Toxicidade aguda
Não classificado
Corrosão e irritação da pele
Não classificado
Lesões oculares graves / irritação ocular Categoria 2
Sensibilização cutânea
Não classificado
Carcinogenicidade
Não classificado
Mutagenicidade
Não classificado
Toxicidade à reprodução e lactação
Não classificado
Toxicidade sistêmica para órgão-alvo
Categoria 3
Perigos ao meio ambiente
Toxicidade aquática aguda
Não classificado
Toxicidade aquática crônica
Não classificado
MIR
Isopropanol
0,71
Etanol
1,69
Tolueno
3,97
Por Denilson Vicentim, assistente técnico da Rhodia
denilson.vicentim@br.rhodia.com