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ARTIGO
GRAPHPRINT DEZ/10
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Tenho conversado com uma série de diretores de reven-
das de papel e outros insumos gráficos e perguntado
a eles quais as maiores dificuldades que encontram na
hora do seu planejamento de estoque dos diversos pa-
péis e outros insumos. As respostas dependem bastante
da região do Brasil, porém poderíamos resumir isso em
alguns itens.
Uma das grandes dificuldades do revendedor de papel,
tintas, filmes de acabamento e produtos químicos no
planejamento de seus estoques é a falta de um plano
de negócios que englobe, entre outros tópicos, o co-
nhecimento pleno de sua clientela. Caso ele tenha uma
clientela local, ou regional, que adquire vários insumos,
o planejamento fica ainda mais difícil. Neste caso, seria
interessante que o revendedor se conscientizasse em se
especializar em determinados artigos de giro rápido e,
para isso, necessitaria de clientes tradicionais e regu-
lares, como empresas compradoras que ele consegue
através de contratos de parceria, além de um planeja-
mento de marketing e de vendas. Além disso, necessita
de fornecedores de rápida capacidade de reposição dos
estoques. O segundo causador de dificuldades de plane-
jamento é o desconhecimento de técnicas de controle
de vendas e estoques, que nos dias de hoje já são ofe-
recidas por diversas empresas de venda de softwares
apropriados, além do desconhecimento de utilização de
uma importante ferramenta de trabalho: Curva ABC para
análises. Porém a nosso ver, o item mais importante é
a falta de conhecimento de custos (fixos, varáveis, de
reposição, etc.) além do desconhecimento do acompa-
nhamento do giro de estoque de cada item e do acom-
panhamento financeiro de sua empresa, tomando como
um dos exemplos o “fluxo de caixa”.
Existe uma série de programas de gestão de estoques
que controlam a cada consulta, instantaneamente, o di-
mensionamento da demanda de cada um dos produtos,
alertando, inclusive, o empresário da revenda, da neces-
sidade de compra imediata, da provável data para repo-
sição de estoques, bem como dos produtos “encalhados”
que deverão levar o comerciante a tomar providências
para desová-los através de promoções especiais ou ou-
tra ferramenta de marketing. Caso o revendedor menor
não queira despender verbas com estes programas de
As revendas e as gráficas
Por Thomaz Caspary *
gestão, poderá recorrer à velha fórmula da Curva ABC,
já mencionada anteriormente. Outro programa é o da
gestão financeira e obrigatoriamente o giro de estoque
de cada item a ser revendido, encontrado em diversas
empresas de venda de softwares.
É evidente que os produtos de maior saída (giro de esto-
que) deverão ter sempre o estoque adequado à demanda
e, principalmente, ao tempo de reposição requerido. Este
tempo de reposição, quando adquirido diretamente do
fabricante, ou mesmo manipulado dentro da empresa,
em alguns casos de produtos auxiliares de impressão
e acabamento deverá computar a data de fabricação
coordenada com o fornecedor, acrescida do tempo para
entrega, se for o revendedor menor, fora do Estado, so-
mado a um tempo de “segurança” (atraso). Todos estes
dados podem ser inseridos em programas de gestão de
compras e estoques. No caso de compras de determina-
dos tipos de produto, o revendedor deverá, obrigatoria-
mente, ter uma planilha do seu fornecedor (fabricante do
material) em que conste a programação de fabricação
de cada produto. O revendedor, no entanto, deverá ter
sempre em mãos duas a três opções de fornecedores,
com produtos similares e especificações técnicas deter-
minadas, para não ficar na mão quando da solicitação
de compra das gráficas para entrega imediata, coisa
hoje comum em todo o Brasil, pois o gráfico não plane-
ja em função de seu cliente, que igualmente quer tudo
para ontem; o gráfico também, principalmente o micro e
pequeno empresário, que só compram de revenda, não
planejam nada. Vale lembrar que os custos nestes ca-
sos são muito importantes para definir as margens de
lucro do revendedor. Caso o revendedor seja também
fabricante, o que é o caso de muitos insumos secundá-
rios para gráficas, este deverá, para a área fabril, ter em
mente a sua margem de contribuição.
O “giro de estoque” podemos definir de forma simplis-
ta com a seguinte pergunta: Quantas vezes ao ano eu
consigo refazer meu estoque financeiramente? Isso vale
tanto no total do estoque como para certos itens, a fim
de que seja tomada a decisão se vale a pena manter ou
não o material em estoque. Esta filosofia também deve
ser levada em conta na própria gráfica. Em outras pa-
lavras, se eu tenho uma venda mensal de R$ 50.000,00