Revista Graphprint - Edição 180

Mercado editorial GRAPHPRINT OUTUBRO 17 32 mação em tempo real e, acima de tudo, agilidade. Não basta só ter o melhor desconto ou melhor prazo, o varejo precisa do produto. Com a vanguarda da web, quem não estiver atualizado e com uma boa ferramenta (software) de gestão não vai sobreviver. Hoje, to- dos os processos das boas editoras e distribuidoras estão sincro- nizados em alguma plataforma, todas as informações sobre livros caminham pelo digital.Nossos processos logísticos estão sempre se atualizando, o mercado está cada vez mais seletivo e exigente, busca agilidade e informação em tempo real. Não só a Loyola, mas todos do setor precisaram de investimento em tecnologia e inteligência artificial. Não é mais possível, com o volume de informa- ções que precisamos diariamente, ter agilidade sem tecnologia e pes- soal qualificado. Esperamos mos- trar ou apresentar na convenção o nosso portal B2B a nossos clientes livreiros. Essa é uma ferramenta que só funciona bem se nossos estoques estiverem 95% corretos. Para isso, nos últimos dois anos a Distribuidora Loyola investiu muito em layout, equipamentos e pessoal na logística, implantamos um sof- tware chamado WMS, que permite que cada pedido liberado pelo setor de vendas ou mesmo no por- tal B2B seja separado, conferido e finalizado por um único opera- dor, por meio de um coletor de dados”, enfatiza. No último mês de maio, a Estante Virtual também divulgou a aqui- sição do serviço FastGadol, um serviço destinado a livreiros que permite o controle de estoque e a sua integração com plataformas de venda de livros administradas por terceiros. Hoje o serviço é utilizado por cerca de 300 vendedores, que gerenciam um estoque de cerca de 3 milhões de livros, e é especializado na integração entre livreiros e marketplaces. “Estamos investindo em novas ferramentas de gestão dos acervos, que auxiliarão os livreiros a ampliar as vendas. Queremos, assim, dar mais facilidade para os livreiros colocarem ainda mais livros à venda e disponibilizar fer- ramentas para o leitor encontrar os livros mais eficientemente, gerando um aumento dos negócios”, explica Richard Svartman. Em geral, essas empresas têm como principal objetivo levar aos livreiros a otimização de tempo e recursos, aliando tendências de mercado nacionais e internacionais, através de suas ferramentas tecnológicas. LIVROS SEMINOVOS Muito tem sido divulgado sobre a entrada dos grandes players de livrarias no mercado dos livros seminovos (livros, embora usados, em melhor estado de conservação, ou mesmo novos de pontas de estoque), e em sua totalidade os executivos veem como uma ação positiva ao mercado. Apesar de a BookPartners não atuar diretamente neste segmento, ela acredita que a entrada desses grandes players nesse mercado é um processo natural, que já é tendência em outros países. “Nos- sos pilares são: empoderar o pequeno vendedor, promover o reúso e, por último, promover a leitura através da diversidade e preços mais baixos. Dessa maneira, não temos como não dar boas-vindas aos grandes players que entram e promovem este mercado, tornando mais costumeira a compra de livros seminovos por parte dos leitores. A aquisição do FastGadol vem ao encontro disso, tem o objetivo de facilitar a entrada dos vendedores de seminovos, hoje tendo a Estante Virtual como único canal online re- levante, nestes sites em um futuro próximo”, reforça o CEO da Estante Virtual. Para Roberto Novaes, da Catavento, a entrada dos grandes players de- monstra que ainda há um grande nicho a ser explorado. Se tivermos uma regulação assertiva em nosso mercado, conciliada com política educacional concreta e uma distribuição de renda mais justa, o índice de leitura mudará. “Trabalhamos em baixa escala com esses produtos. Direcionamos para clientes que fazem feiras ou ações pontuais nos pontos de venda.” A Loyola, que também não atua nesse segmento, não vê proble- mas de as livrarias atuarem nessa área. “Afinal, temos de nos reinventar sempre; se meu ponto comercial permite trabalhar com esses livros e meus clientes aceitam, temos mais é que ter à disposição aquilo por que o clientes se interessam, e essa es- tratégia também contribui com a difusão e acesso ao livro a mais pessoas”, finaliza. REGULAMENTAÇÃO DO MERCADO DO LIVRO Defendida pela ANL, a regulamentação do mercado também foi lembrada pelos entrevistados. Tanto Roberto Novaes, da Cataven- to Distribuidora, como Vitor Tavares, da Distribuidora Loyola de Li- vros, defendem também que o mercado do livro no Brasil precisa de uma regulamentação contra as práticas comerciais abusivas. “Nosso segmento necessita urgentemente de alguma regulação inicial. As práticas abusivas de alguns sites, onde para muitos o li- Em agosto de 2016, durante a última Convenção Nacional de Livrarias, a ANL apresentou o Manual de Boas Práticas para o mercado editorial e livreiro, que obteve a contribuição e adesão das entidades mais representativas do setor, numa tentativa de avançar principalmente no que diz respeito aos comportamentos comerciais, à ética e à inibição da concorrência predatória

RkJQdWJsaXNoZXIy MTY1MzM=