O especialista em processos de fusões e aquisições de empresas Marco Aurélio Militelli, diretor da Militelli Business Consulting, aponta o crescimento dessa prática para o ano de 2009, em razão da crise econômica mundial. Segundo Militelli, que acumula 23 anos de experiência no segmento, as empresas que têm faturamento anual entre R$ 50 e R$ 200 milhões e não otimizaram seus processos e gestão, direta ou indiretamente à produção de bens de consumo duráveis e de exportação, estão sendo mais afetadas pela crise e poderão ser forçadas a realizar a venda, parcial ou total, para se recomporem.
Desta forma, algumas empresas perceberão que a união com concorrentes fortalecerá sua posição no mercado. “Penso que o ano que vem muitos negócios realizará principalmente entre as médias empresas rentáveis e que representam negócios sustentáveis”, diz Militelli.
Por outro lado, apesar da crise de liquidez, ainda há capital disponível para investimentos, proveniente de empresas lucrativas, de fundos ativos particulares (private equity funds) e de pessoas físicas, que buscam continuamente alternativas de aplicação financeira. “Uma das boas alternativas de investimento será a compra de empresas que estarão com seus valores mais adequados à realidade de mercado vigente e futuro”, explica o executivo.
Militelli destaca, ainda, a importância de uma valoração (definição de valor) adequada de uma empresa antes da realização de um negócio. Essa definição é fundamental, pois possibilita a obtenção de recursos financeiros de bancos e investidores, além de evitar motivos comuns para a “não-venda”. Antes de passar por um processo de fusão ou aquisição, a empresa deve levar em consideração não apenas os fatores financeiros, mas também diversas questões que influenciam diretamente em seu valor, como reputação, contratos, gestores e funcionários habilidosos, tecnologia avançada, marca e vantagens competitivas.
