A Associação Brasileira de Embalagem (Abre) em seu encontro mensal com associados e convidados, que aconteceu nesta quarta-feira dia 26, promoveu palestra proferida por Christina Carvalho Pinto, presidente do Grupo Full Jazz Comunicação.
Por meio do tema Meio Ambiente, Embalagem e Comunicação – conflitos e desafios, a palestrante mostrou quais são os diferenciais que o setor de embalagem deve levar em conta no atual cenário mundial de negócios, principalmente no que tange às questões relacionadas ao Meio Ambiente e Sustentabilidade.
Segundo Christina, para se perceber esses diferenciais é necessário entender que a Sustentabilidade é um conceito muito mais amplo do que se imaginava a princípio e principalmente que precisa ser entendido em sua essência.
Assim, fazendo uma analogia, a indústria de embalagem deve em um primeiro momento olhar o planeta Terra como a Mãe que “embala” a vida ou a Mãe que “embala” o seu filho durante a gestação e, a partir desse conceito, buscar o entendimento de como proteger e preservar a “vida” inserida nos mais diferentes produtos, por exemplo, fabricando embalagens que tenham maiores e diversificados mecanismos de proteção, aumento da durabilidade e conservação dos produtos com diminuição do uso de conservantes químicos, entre outras iniciativas.
As indústrias devem assimilar que a Sustentabilidade não é um item para ficar no planejamento periférico, e sim fazer parte do Business Plan das empresas, para que o planeta sobreviva e também as empresas e os negócios.
Christina também ressaltou que o conceito de marketing até o momento é crescer e derrotar os concorrentes e que este conceito “adoeceu”. Esta visão terá de ser modificada, pois pesquisas internacionais mostram que dentro de 5 a 10 anos grandes marcas devem desaparecer do mercado e que novas marcas surgirão mais rapidamente. O que isto significa na prática? Talvez este seja o momento ideal para a indústria começar a pensar em embalagens pilotos que possam ser o fator desencadeador dessas mudanças.
Para desenvolver novos produtos ou embalagens, o pensamento criativo deve levar em conta 3 premissas básicas: estar em consonância com a lei dos homens, a lei da natureza e a lei universal. Os profissionais são responsáveis por harmonizá-las, entendendo o cliente atual e quais são as principais demandas neste momento. Ou seja, é preciso decodificar essa demanda que não está verbalizada, mas que com certeza existe, por produtos mais sustentáveis e demonstrar esta compreensão através de embalagens diferenciadas e que atendam às expectativas do consumidor moderno.
Outro ponto abordado mostrou que a embalagem será um importante meio de comunicação na nova sociedade planetária e cabe ao setor conhecer quais são as prioridades dessa comunicação. Se a embalagem também é marketing, o fabricante ou a indústria usuária de embalagem precisará escolher que tipo de marketing sua embalagem comunicará e, acima de tudo, que tipo de marketing representará para esta nova sociedade que está surgindo.
Também será necessário propiciar um melhor raio-x do conteúdo dos produtos e a indústria de embalagem poderá contribuir para a melhoria desses conteúdos através do aprimoramento das embalagens. A busca por novas alternativas e tecnologias que atendam a
essa necessidade emergente é irreversível, pois não há caminho de volta no movimento social que está ocorrendo, onde o consumidor é mais exigente e a sociedade anseia por embalagens que atendam às suas necessidades de informação e comunicação.
Para se relacionar com o consumidor existem alguns fatores a serem levados em consideração, como por exemplo, se o produto o seduz ou o fideliza. O produto que fideliza é o que permanece na memória do consumidor. Para atingir este objetivo, ao produzir um produto ou embalagem deve-se respeitar os valores do consumidor, respeitar seus próprios valores, experimentar conceitos, ir além da experimentação do produto, estimulando a experiência do conceito, trocar estereótipos por arquétipos, contribuir para o resgate da auto-estima e ser contínua fonte de inspiração produzindo embalagens que “inspiram”.
Além da palestra, os dez anos da criação do curso de Pós-graduação em Engenharia de Embalagem do Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia foram comemorados durante o Café da Manhã ABRE.
Segundo Antonio Cabral, coordenador do curso, a ABRE foi a casa que abriu as portas para que se formassem as competências do setor de embalagens e por isso, é fundamental comemorar esta data em conjunto.
Foram homenageados: André Bueno de Marco – Suzano Papel e Celulose; Bruce Harte - Professor da Michigan State University; Christina Carvalho Pinto – Presidente do Grupo Full Jazz Comunicação; Elcio Souza – Senai; Lincoln Seragini – Seragini Farné Guardado Design; Luis Fernando Cassinelli - Diretor Técnico da Braskem; Luis Madi – Cetea/Ital; Patrick Morin – Sidel; Paulo Sérgio Peres - Presidente da ABRE; Sérgio Haberfeld - Ex-presidente da ABRE – Empresário e Tee Downes - Professor da Michigan State University.
