Kodak

O que a turnê da Madona tem em comum com a drupa 2024?

02/05/2024 - 16:05

Por Camila Lourenço - jornalista Mtb 43847 

Quando a Madona começar a encerrar sua turnê mundial em comemoração aos 40 anos de carreira, nas areias de Copacabana (RJ), no dia 4 de maio, estaremos a 24 dias da drupa 2024.

Ao escrever esse texto no dia 30/04/24, quatro dias antes do megaevento, parei para pensar nos motivos que levaram a cantora a manter sua trajetória profissional sempre gigante durante quatro décadas.

Imagine se a Madona fosse uma impressora offset e decidisse parar de rodar porque sentiu que o equipamento digital tomaria seu espaço? Quantas oportunidades não teria perdido?

Vamos pensar em outro cenário: ela decide encerrar a carreira por que, após o lançamento do Compact Disc (CD) em 1984, houve queda nas vendas dos discos de vinis. Para feito de comparação, no Brasil, em 1991 foram vendidos 28 milhões de discos de vinil. Em 1996 caiu para 1,6 milhão e chegou a quase zero no ano seguinte.

Mesmo com a nova tecnologia de reprodução, é fato que ninguém parou de ouvir música. Apenas mudaram os meios, agora assinamos plataformas musicais que são acessadas pela população mundial. Em contrapartida, a demanda por discos de vinil continua forte, em alto e bom som.

Perceba como a música e a impressão têm certas semelhanças. Ambas atravessaram gerações e enfrentaram desafios, mas nunca perderam a essência de transmitir mensagens a públicos diferentes e divergentes.                     

Imagine a Madona vendo o fotolito da sua carreira sendo transferido para a chapa? Durante a melodia de gravação, talvez, a diva poderia cantar sobre o desafio entre o fotolito e o CtP. Seria um sucesso impressionante, concorda?

Faltando 24 dias da mais nova edição da drupa, enxergo o evento mais digital do que nunca.

Digital em vários sentidos, inclusive por ser a primeira edição com forte presença das redes sociais. Nesse momento as marcas estão mais bem posicionadas no ambiente digital e têm a chance de apresentar ao mundo o que está sendo exposto na Alemanha. Afinal, todas as novidades e inovações podem ser mostradas ao vivo, basta saber usar os canais certos.

É o momento certo para praticar o Reskilling - termo que sugere a atualização e aquisição de novas habilidades para se manter relevante em um ambiente de trabalho cada vez mais automatizado. O reskilling prepara os profissionais para enfrentar os desafios do futuro do trabalho, capacitando-os para aproveitar as oportunidades geradas pela IA.

Pronto, entramos no assunto da moda: Inteligência Artificial (IA).

Em Copacabana, no show da Madona, drones apoiarão a segurança. Inclusive com sistema de reconhecimento facial - o evento vai contar com um Centro Integrado de Comando e Controle no qual todas as imagens convergirão para a segurança do espetáculo. O evento contará com softwares capazes de analisar os registros visuais e transforma-los em dados em tempo real.

É ou não é muito parecido com o workflow da sua gráfica? A cada arquivo, um show é produzido.

Também vejo essa referência de tecnologia desembarcando na drupa 2024. Será um evento que vai expor o que vou chamar de tendências emergentes.

Até porque a indústria gráfica conta com empresas muito bem preparadas e são essas companhias que devem levar para Düsseldorf as tendências emergentes. Estamos prestes a conhecer equipamentos e aplicativos que têm o poder de transformar o mercado em um curto período de tempo.

Certamente cada expositor já fez seu deep dive e está pronto para apresentar inovação. É bem provável que vejamos aplicativos com IA que transmitem dados aos gestores, impressoras com setups surpreendentes, sistemas modulares e flexíveis, softwares abertos, insumos (tintas, vernizes e químicos auxiliares) sustentáveis e responsáveis, equipamentos para acabamento com velocidade sem perder a capacidade de acompanhar as mudanças de tiragens, sistema inkjet robusto etc.

É claro que performance e produtividade estarão em pauta. Automação também.  

Noto que o termo Eficiência vai ganhar massa muscular nessa edição. Há dois caminhos nessa questão: redução no consumo de energia (impressoras e processos de acabamento), assim como a ampliação da conscientização para neutralização de gases do efeito estufa. As marcas e os consumidores exigem medidas proativas para reduzir as emissões de CO?.

Trata-se, portanto, de uma pauta mundial. A neutralização de carbono é assunto em todos os segmentos. No Brasil, de acordo com o Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (FGVces), em 2023, 434 organizações publicaram inventário de gases de efeito estufa. A quantidade é 42% maior do que em 2022.

Além de atenderem às expectativas da sociedade, as práticas ESG trazem resultados financeiros significativos. Pode ser um assunto debatido nos pavilhões de Düsseldorf. Vamos aguardar para saber.

O que sabemos até o momento é que a edição 2024 contará com cerca de 1.400 expositores de 50 países de acordo com dados da organizadora. Estamos prestes a visitar uma feira líder mundial em tecnologias de impressão, sendo que a última edição presencial, em 2026, contou com mais de 260 mil visitantes de mais de 180 países.

E o que a Madona tem a ver com isso mesmo?

Tudo!

A diva não sossega. A indústria gráfica também não.  

Os shows vão começar. Olha que dá tempo para curtir os dois.

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