Projeto resgata a história da família de imigrantes italianos Ramenzoni, que se instalou no Brasil em 1892, e relata importantes marcos das décadas seguintes desde a fundação da Papirus em 1952
A Papirus completa 70 anos em 2022, e para celebrar a data e as conquistas alcançadas, lançou o livro “Papirus, 70 anos de Vida”, um projeto que resgata a história da família de imigrantes italianos Ramenzoni, que se instalou no Brasil em 1892, e, deu início a uma fábrica de chapéus, que, posteriormente, com a diversificação dos negócios, funda a Papirus em 1952.
De autoria da escritora Sandra Mello, a publicação traça uma linha do tempo desde a chegada dos irmãos Ramenzoni, Dante e Lamberto, precursores da fundação da Papirus, ao Porto de Santos, embarcados no vapor Sud America, procedente de Gênova, e passa por importantes marcos das décadas seguintes.
O livro retrata, por exemplo, que, no ano de 1950, os Ramenzoni foram avisados pelos seus fornecedores de papelão que deixariam de produzir esse tipo de papel, porque a fabricação mundial estava se desenvolvendo em alta velocidade e a fabricação artesanal deixaria de ser um bom negócio. Dessa forma, deveriam arrumar outra solução para produzir as caixas para acondicionar os chapéus Ramenzoni e suas outras linhas de produtos.
A partir daí, é feita a aquisição de uma fábrica em Cordeirópolis - SP, dedicada à produção de papelcartão. Pouco tempo depois, a Máquina 1 entra em operação e passa a produzir o papelão para as embalagens.
“Começamos fabricando chapéus, expandimos a linha de produção para vestuário masculino e passamos a fazer capas de chuva e camisas, até que um dia tivemos que aprender a fabricar papelcartão para seguirmos embalando os nossos produtos”, lembra Dante Ramenzoni, atual presidente da Papirus, em uma passagem do livro.
Nos anos seguintes, a empresa não parou de crescer, e, sempre marcada por um DNA transformador, ampliou a produção com mais duas máquinas, até que seus dirigentes decidiram, em 1966, construir uma nova fábrica, em Limeira (SP), onde a Papirus está instalada até hoje.
Outro momento importante ocorreu com o processo de classificação das aparas de papel no Brasil, em 1972, que se constituiu em um dos principais movimentos da época, liderado por Dante Emilio Ramenzoni, Fabiano Pires e vários empresários aparistas, e que possibilitou a classificação atual de 29 tipos de aparas pela ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas.
Com a classificação dos produtos oriundos das aparas, as cooperativas começaram a se estruturar, e a Papirus abriu um depósito de aparas no bairro Vila Leopoldina, na capital paulista. Foi criada, então, a Cidade das Carrocinhas, onde elas eram distribuídas para os catadores de papel que viviam nas ruas. A partir daí, o mercado foi se especializando, os aparistas foram se profissionalizando e uma nova cadeia de negócios ganhou força.
Nos anos mais recentes, a história da Papirus foi marcada por um período de inovação e investimento. De 2002 a 2011, investiu cerca de R? 15 milhões. A produção saltou de 60 para 200 toneladas/dia, e a empresa foi se remodelando, se renovando, se reinventando e aumentando a sua capacidade produtiva e o seu papel social.
Em 2013, foi feita a maior reforma dos últimos 20 anos na área fabril da empresa. O projeto tinha o objetivo de aumentar a produção para 9 mil toneladas. O maior desafio era substituir o cilindro monolúcido, um equipamento gigantesco que pesava 40 toneladas por cilindros secadores.
A filosofia da Papirus de se reinventar e construir soluções em conjunto, que caracteriza sua atuação desde a fundação, ganhou ainda mais força com a mudança em seu modelo de gestão. A empresa substituiu a figura do CEO pela gestão compartilhada de três diretores, para garantir mais autonomia nas áreas de responsabilidade dos três diretores, e ainda mais agilidade e eficiência. No dia a dia, cada um responde pela sua área: Amando Varella, comercial e marketing, Antônio Pupim, industrial e Supply Chain, e Rubens Martins, administrativo financeira.
A Linha Vita, de produtos da Papirus, também foi ampliada e novos investimentos foram realizados. A nova logomarca, lançada em 2019, representou o que a Papirus tem de melhor a oferecer: tecnologia, conhecimento e um processo aberto e totalmente controlado de reciclagem, com um ciclo que vai de 100% de uso de papel reciclado até 100% de papel produzido a partir da fibra virgem.
Atualmente, a Papirus está em fase de conclusão do plano de investimentos de R? 30 milhões no período de 2017-2023, e a empresa avança para alcançar a meta de 115 mil toneladas/ano de capacidade, estabelecida para 2023, enquanto trabalha a plena carga para atender a demanda do mercado. Com uma atuação fortemente ancorada no uso de matérias-primas recicladas, a Papirus estuda ainda a possibilidade de realizar um novo plano de expansão, para dar sustentação aos próximos 70 anos, voltada a um mercado que demanda cada vez mais produtos e embalagens sustentáveis e favorece o papelcartão como substituto de outros materiais.