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VCP amplia produção de papéis térmicos

22/09/2008 - 00:09
A decisão estratégica da VCP de ajustar o foco no segmento de papéis com alto valor agregado foi ratificada com a inauguração, em setembro, do PC3, na Unidade de Piracicaba (SP). O equipamento – um coater off machine fabricado no Brasil pela Voith/IHI – será o responsável por um substancial incremento na produção de papéis térmicos da companhia, das atuais 25 mil toneladas/ano para 40 mil toneladas/ano.

De acordo com o gerente-geral Papéis Especiais, Silney Szyszko, os papéis térmicos são utilizados em vários segmentos, sendo divididos em quatro categorias: fax, ponto-de-venda (automação comercial e bancária), label (auto-adesivos) e loterias. Atualmente, a VCP detém 60% do mercado doméstico e deve alcançar 80% com a ampliação de capacidade. “A máquina foi projetada para esgotar necessidades do mercado local”, justifica, argumentando que, mantida a boa trajetória da economia nacional, espera-se crescimento deste setor, já que o aumento do consumo propicia o surgimento de novos usos para os papéis térmicos e ampliação dos que já o utilizam, caso dos bancos e administradoras de cartões de crédito.

Marcelino Sacchi, gerente-geral da Unidade Piracicaba, reforçou que o PC3 (Piracicaba Coater 3) consolida a operação da VCP entre os principais produtores mundiais de papéis especiais, “fortalecendo a cadeia de valor do produto no País, com inovação, tecnologia, desenvolvimento de novos itens e competitividade.” Segundo ele, a VCP figura entre os seis maiores produtores mundiais de papéis térmicos, sendo a maior na América Latina.

O aumento na capacidade produtiva – possível graças a um investimento em obras e equipamentos de R$ 115 milhões – também deverá resultar numa investida da companhia no mercado externo. Conforme Gilberto Júlio Piatto, gerente geral de Negócios Papel, a intenção é, esgotadas as necessidades do mercado local, destinar o excedente para, principalmente, o Cone Sul. “Nosso objetivo é exportar 25% da produção.”

Já tendo clara a tendência de crescimento desse segmento - em torno de 10% ao ano nos últimos cinco anos -, a VCP estuda a aplicação de novas tecnologias e aumento de capacidade, que poderá atingir 50% até 2011.

Os papéis térmicos recebem um revestimento em sua superfície, o que os torna reativos à presença de uma fonte de calor. São usados para cupons fiscais, extratos bancários, comprovantes de débito e crédito, bilhetes de cinema, de passagens aéreas, tíquetes de estacionamento, cupons de pedágio, loterias, contas públicas, carnês de cobrança, fax, ingressos de parques, shows e teatros e etiquetas para códigos de barras.

A Unidade Piracicaba também produz papéis autocopiativos – segmento do qual a VCP abocanha 70% de market share – e couché, utilizado nos mercados gráfico e promocional. De acordo com Piatto, a capacidade de produção de couché é de 100 mil toneladas/ano (somados os totais de Piracicaba e Americana), o que garante 21% do mercado nacional.

Ripasa
E finalmente chegou ao fim o triângulo envolvendo VCP, Suzano e Ripasa, as duas primeiras compradoras da terceira (aquisição feita em 2004). Conforme Piatto, no início de setembro, o Cade - Conselho Administrativo de Defesa Econômica -, bateu o martelo e decidiu que a produção da Ripasa - sob o consórcio Conpacel, em Americana - será igualmente dividida entre as duas empresas. “O volume produzido será usado para complemento de nossa linha”, informou.

Vale lembrar que recentemente a MD Papéis arrebatou duas fábricas da Ripasa, de Cubatão e Limeira, ambas em São Paulo. Com isso, depois de anos de tradição, a marca está fadada a desaparecer do mercado.

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