Atrair leitores e anunciantes por meio de novas estratégias de crescimento é um dos grandes desafios dos jornais brasileiros. Na Europa há pouco espaço para crescimento, devido a um processo de estabilização e sedimentação do mercado leitor. Os Estados Unidos, por sua vez, já vivem um processo de perda de audiência da edição impressa para a Internet e celulares, em torno de 3%. Porém aqui no Brasil isso levará alguns anos para acontecer e os jornais devem aproveitar esse espaço de tempo para ampliar sua participação e se renovar.
Fabián Barros, Consultor da Mackinsey, participou do painel Estratégia de Crescimento, realizada no segundo dia do 7° CBJ. Ele explicou que há três caminhos básicos para isso: expansão ao redor da marca, crescimento geográfico e o uso de novas mídias. Expandir a marca significa lançar títulos populares, novos formatos, explorar nichos diferenciados e vender produtos agregados. Já o crescimento geográfico significa expansão para regiões próximas e até mesmo fusões e compras de outros títulos. O uso de novas mídias, por sua vez, é um expediente que já esta sendo usado com sucesso pelos jornais, sendo que o grande filão para a captação de publicidade on line, além dos classificados, serão os serviços de busca de produtos e serviços. Para que isso seja possível, alguns desafios, no entanto, terão de ser vencidos, tais como o de se atingir massa crítica de leitores em mercados regionais e desenvolver uma nova cultura nas próprias empresas jornalisticas.
Guilherme Döring Cunha Pereira, da Rede Paranaense de Comunicação, de Curitiba, acredita que ainda há espaço para periódicos destinados a nichos específicos, como é o caso do Jornal de Londrina, distribuído gratuitamente para cerca de 20 mil leitores cadastrados e destinado às classes A e B. “Os jornais devem deixar claro para os anunciantes o fato de que estão se transformando em veículos multi-plataformas”, enfatizou.
Por sua vez, Cristiano Roriz Câmara, Diretor de Planejamento e Novos Negócios da Organização Jaime Câmara, de Goiânia, destacou o sucesso do jornal popular Daqui, destinado à classe C, com preço de capa de R$ 0,50, que, lançado em abril de 2007, já tem 70 mil exemplares vendidos em bancas e conseguiu atrair novos anunciantes, que estavam um busca de um veículo com essas características. Fonte: www.anj.org.br.
