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Reciclar papel é poupar a natureza

19/08/2008 - 00:08
Por José Antônio Viana, gerente comercial – segmento papéis gráficos do Grupo Bignardi.

Muito tem se falado sobre a eficácia dos papéis reciclados para a natureza e a pergunta que fica no ar é se o papel é realmente ecológico ou apenas uma ferramenta de marketing? Principalmente depois da divulgação de um estudo da ESALQ - USP (Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo), o qual indica que o processo de reciclagem consome mais água, produtos químicos e energia elétrica em comparação à fabricação do papel branco. O estudo afirma que para a produção do papel 100% reciclado são gerados seis vezes mais efluentes em sua fabricação, pois precisa passar pelo processo de clareamento, que elimina as impurezas, conhecido como Deink.

Neste procedimento são usadas apenas aparas pós-consumo, que já foram utilizadas, e é feita uma limpeza nessas aparas para retirar todas as impressões, tintas e cargas minerais que se acumulam em folhas já utilizadas. Por isso que, neste caso, são gerados mais resíduos tóxicos ao meio ambiente e se gasta mais água e energia. Mas o que deve ficar claro é que o processo de Deink não é utilizado por todos os fabricantes de papéis reciclados no Brasil.

Em nosso País, os principais fabricantes de papéis reciclados, como o Grupo Bignardi, utilizam o método de aparas pré e pós-consumo. As de pré-consumo são conhecidas como brancas para a produção, ou seja, aparas novas. E as de pós-consumo são aparas que já foram adquiridas por cooperativas de catadores de papel.

O processo de fabricação de papel reciclado da Bignardi é feito por estes tipos de aparas, pois não geram absolutamente nenhum resíduo para o meio ambiente. Os vestígios se mantêm no próprio papel, não são descartados para a natureza, nada é desperdiçado. O consumo de água e energia é comprovadamente menor que a fabricação do papel por meio da celulose porque o processo de produção se inicia a partir das aparas. No momento em que elas se transformam em papel reciclado, deixamos de produzir gás metano, um agente muito nocivo para a atmosfera, e de enviá-las ao aterro sanitário, que hoje já se tornou um sério problema, principalmente, nas grandes capitais, onde não existe espaço para a formação de novos aterros e os existentes possuem sua capacidade esgotada.

O Grupo Bignardi nunca se preocupou com modismo ou marketing. Ele tem consciência do que é prejudicial à natureza. É uma empresa sustentável, se preocupa com o lado econômico, social e ambiental. O papel reciclado poupa a natureza e colabora com a renda e educação de muitas famílias, por meio das cooperativas de catadores de papel.

A preocupação da sociedade em adquirir produtos com esse tipo de material ainda é pequena, porém crescente. A cada ano, as empresas fabricantes de papel aumentam sua produção de maneira considerável. No ano passado, acredita-se que a produção total tenha sido em torno de 80 mil toneladas de papéis reciclados. Para este ano, a expectativa é de chegar a 150 mil toneladas.

Hoje, no Grupo Bignardi, produzimos 1.500 toneladas por mês e este número deve aumentar para até 4 mil toneladas mensais. Somos tão conscientes dessa importância, que acabamos de reformular a principal máquina MP02 na unidade de Jundiaí, que irá dobrar a capacidade de papéis reciclados. Uma ampliação industrial que pretende aumentar o desempenho e o faturamento da empresa com um investimento em torno de R$ 45 milhões e uma capacidade de até 72 mil toneladas anuais.

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