Em visita à Europa, durante a Drupa, que é a mais importante feira do setor gráfico mundial, os executivos da Nova Mercante tiveram oportunidade de intensificar relacionamento com fornecedores de papéis do exterior, com vistas a ampliar a oferta de papéis e cartões importados. “Já trabalhamos com grandes players internacionais diretamente e por meio de trades”, informa o CEO da empresa, Antonio Juarez Alves. “Com a globalização da economia, as importações brasileiras tendem a evoluir e, particularmente no caso e papel e cartão, o mercado brasileiro é atrativo para os fabricantes internacionais, acredito que até mais do que para os fabricantes locais, que não estão nos dando a devida atenção”, explica ele.
A visita à Drupa possibilitou também conhecer o que há de novo em termos de tecnologia e equipamentos para impressão e também contatar clientes brasileiros e estrangeiros. A performance industrial do setor gráfico tem profunda correlação com o consumo de papel e um dos aspectos que se destaca em relação a tendências é o avanço da tecnologia digital, conforme explica Juarez Alves: “A tecnologia digital mudará o desenho do segmento gráfico. A predominância de grandes gráficas, instaladas em grandes centros está sendo gradativamente substituída por gráficas de pequeno e médio porte, descentralizadas, com estrutura para atender a pequenas tiragens, em um espaço de tempo muito curto. Esta remodelação mudará o perfil de fornecimento de papel; os distribuidores precisarão estar preparados para fornecer também pequenos volumes de papel, no menor tempo possível, em pontos longínquos. Ou seja, esta reestruturação do setor gráfico impõe uma logística diferenciada para o distribuidor de papel”, explica ele. Os visitantes da Drupa também puderam notar a crescente automação da área de acabamento, que resultará em redução de man-power (mão-de-obra) e ganho de velocidade de produção, com conseqüente diminuição do índice de perda.
Visitaram a Drupa, além do CEO, Juarez Alves; o diretor comercial Roberto Groba, a gerente de vendas do setor editorial Sueli Batista, o gerente da filial Rio de Janeiro Gilberto Massolar e Fábio Ricci, gerente da filial sul, que será inaugurada em agosto.
Ao analisar o mercado, o diretor comercial da empresa, Roberto Groba, nota que tende a aumentar o consumo de couchés finos. Segundo ele, “este produto concorre com o LWC e está mais competitivo em preço.” A Nova Mercante importa couché de baixa gramatura de produtores americanos e europeus.
O papel reciclado branco deve ganhar mercado no Brasil assim como já acontece no exterior. “Este produto atende aos requisitos estéticos e de qualidade de muitos impressos que antes utilizavam papel de fibra virgem, porque não se adequavam à característica de cor dos reciclados”, esclarece o executivo.
Outra novidade são os cartões sólidos de fibra virgem SBS (Solid Bleached Sulphate). Este tipo de cartão, que é produzido pela International Paper dos Estados Unidos, foi apresentado aos clientes da Nova Mercante em workshop realizado em 24 de junho, em São Paulo. No exterior, a classificação técnica dos cartões é diferente da utilizada no Brasil. Lá existem os cartões SBB (que podem ter até 20% de pasta mecânica em sua composição) e os SBS. No Brasil somente são produzidos cartões SBB.
Os cartões SBS, compõem a linha Carolina ® da International Paper e têm vantagens em relação aos SBB. “Este é um produto top de linha, cujas características técnicas proporcionam total ausência de delaminação, melhor resistência ao relevo e às dobras”, esclarece o diretor comercial. Apresentado em várias versões, cada qual recomendada para um tipo de aplicação, como editorial, promocional e de embalagem, os cartões SBS, na opinião de Groba, poderão substituir o couché em capas de livros, proporcionando ganho de corpo, com menor peso. Segundo ele, a Nova Mercante está preparada para atender à demanda do mercado interno deste produto, estimada em torno de 2 mil t/mês.
Com a perspectiva de descentralização das empresas gráficas e a necessidade de agilizar o prazo de entrega, a Nova Mercante, que tem filial no Rio de Janeiro, inicia o segundo semestre deste ano passando por um processo de reestruturação. Em agosto será inaugurada uma nova filial, sediada em Porto Alegre, para atender a clientes da região sul e estão previstas para ainda este ano as filiais de Vitória (ES) e Recife (PE).
No segundo semestre a Nova Mercante deve, ainda, conquistar a certificação florestal FSC – Forest Stewardship Council. “Esta certificação denota comprometimento com a responsabilidade socioambiental, esta postura em breve será uma obrigatoriedade para todos os que fazem parte da cadeia de custódia e quem não for certificado encontrará barreiras para manter os níveis de negócios”, observa Juarez Alves.
