Kodak

Setor gráfico espera que nova política industrial ajude a reverter seu déficit no comércio exterior

13/05/2008 - 00:05
Para a indústria gráfica brasileira, a nova política industrial, anunciada nesta segunda-feira (12/05) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem dois aspectos mais importantes: a renuncia fiscal de R$ 21,4 bilhões, que compensará a alta carga tributária (que inclui a bitributação do setor com ICMS e ISS, equivocadamente estabelecida por uma súmula da Justiça) e o câmbio sobrevalorizado, que retirou a competitividade dos impressos nacionais no comércio exterior. Esta é a análise de Mário César de Camargo, presidente nacional da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf).

Para ele, contudo, “as medidas hoje anunciadas somente terão efeito prático se realizadas com agilidade e acompanhadas de uma política cambial menos cruel com os exportadores e juros mais baixos”. O câmbio sobrevalorizado, explicou, foi o grande responsável pela transformação do superávit comercial que a indústria gráfica vinha experimentando nos últimos anos em um preocupante déficit. “O saldo da balança comercial do setor encerrou o primeiro trimestre de 2008 com déficit de US$ 17,6 milhões. O valor é 302% maior do que o verificado em igual período de 2007”, lamenta Mário César, ponderando: “Esperamos que a nova política industrial contribua para reverter esse quadro”.

O presidente da Abigraf Regional São Paulo, Fabio Mortara, salientou que “outros aspecto positivos para o setor, na nova política industrial, são o estímulo a P&D e às pequenas e microempresas, em especial a sua maior inserção nas exportações. “A indústria gráfica é um dos segmentos industriais nos quais a tecnologia tem-se renovado com maior velocidade, exigindo investimentos permanentes das empresas para se manterem competitivas. Daí o significado de um custo financeiro menor para investimentos em inovação, conforme estabelece o plano anunciado pelo presidente Lula”.

Por outro lado, Mortara lembra que a grande maioria do parque gráfico é composto por pequenas e microempresas. “Para nós, portanto, o apoio a esse segmento é fundamental, e tanto melhor se essas gráficas puderem exportar, ganhando novas perspectivas mercadológicas”.

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