Revista Graphprint - Edição 195

GRAPHPRINT Jan/Fev 2020 21 A diretora de Economia Circular da Braskem, Fabiana Quiroga apresentou os desafios do modelo na cadeia do plástico, destacando que apenas 22% dos municípios possuem coleta seletiva, sendo que do material coleta- do, 13% é composto por plástico, 22% papel e papelão, 12% alumínio, 10% metais ferrosos e 9% vidro. Ela res- saltou que desde a revolução industrial, as empresas de- senvolveram seus negócios em torno da economia linear e, consequentemente, as embalagens foram concebidas nesse modelo, que privilegia estética e performance para atender as demandas do consumidor. “A mudança para uma economia circular deve envolver toda a sociedade, que precisa repensar, reduzir, reutili- zar e reciclar. A indústria tem um papel fundamental no oferecimento de soluções sustentáveis e na produção com menor impacto ao meio ambiente. Colaboração, inovação e engajamento do consumidor são fundamen- tais para atingirmos esse objetivo”, ressalta Fabiana. O painel de encerramento abordou o tema “Rastreabi- lidade” com os desafios e ações implantadas pela indús- tria. O executivo Paulo Rocha, solutions director Brazil & Southern cone global enterprise CT da Nokia, falou sobre a aplicação do 5G na indústria 4.0 e soluções pa- ra o agronegócio. “O momento é disruptivo porque ele transforma a sociedade como um todo. A indústria 4.0 vem para resolver produtividade, controlando o mundo físico por meio da tecnologia digital. O 5G, por exem- plo, não é somente rádio, ele está em toda rede móvel e software é o principal componente, sendo possível co- nectar todo o chão de fábrica até os campos nas máqui- nas agrícolas”, apontou. Também participou do painel o executivo de Negócios da GS1 Brasil – Associação Brasileira de Automação, Ricardo Verza Amaral Mello. A organização desenvol- ve e mantém os padrões globais de identificação desde a matéria-prima até o consumidor final. Entre os tra- balhos desenvolvidos, Mello mencionou o sistema que vem sendo adotado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que tem a finalidade de organizar a indústria de medicamentos, rastreando toda a cadeia de suprimentos. “A rastreabilidade envolve pequenos pro- cessos que vão desde a identificação, passa pela captura de dados, gestão de vínculos e comunicação dos dados. É preciso identificar para poder rastrear”, disse. O gerente de logística reversa e reciclagem da empresa de tecnologia Hewlett-Packard (HP), Diego Mutta, deu um panorama sobre as iniciativas implantadas no Brasil, como a experiência do consumidor logo quando recebe um dos modelos das impressoras jato de tinta produzida pela companhia. “Por meio de uma im- pressão única na caixa, ele pode acessar com o celular, fazendo a leitura desse código e tendo acesso ao manual, atendimento via chat para tirar dúvidas ou informações sobre compra de suprimentos, por exemplo. Podemos oferecer uma experiência personalizada, indicar a assistência mais próxima por geoloca- lização, tudo pela rastreabilidade”, explicou. Em reciclagem, a HP alcançou a marca de 8,2 milhões de equipamentos pro- duzidos no Brasil com plástico reciclado desde 2012. O resultado faz parte de um programa de sustentabilidade global da companhia, que no País, foi lança- do em 2006 e atingiu seu ápice em 2012, quando passou a produzir 100% de seus equipamentos com plástico reciclado.

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