Revista Graphprint - Edição 195

Mídia GRAPHPRINT Jan/Fev 2020 12 Fake news avançam sobre as verbas de publicidade digital Páginas com conteúdo inautêntico capitalizam em cima de publicidade sem trazer benefícios para marcas. Cliques falsos chegam a 20% Enquanto o Congresso Nacional discute a CPI das Fake News, com o objetivo de determinar o impacto desse tipo de prática nas eleições de 2018, um dos aspectos que garante o retorno financeiro de quem publica conteúdo inautêntico acaba pouco discutido. Esse esquema aproveita o ecossistema utilizado para a oferta auto- mática de anúncios online e suga o investimento de grandes empre- sas em páginas com alto tráfego, mas baixa confiabilidade. Nesse sentido, o mesmo aparato e tecnologias utilizados para influenciar o debate público de forma danosa é usado para lucrar de forma indevida com o dinheiro gasto por pequenas e grandes empresas em anúncios digitais, que remuneram o publisher por clique. Os cliques são gerados de diversas formas. Há, como exemplos, o uso de fazendas de cliques na Ásia, em que trabalhadores contrata- dos por salários baixíssimos passam dias clicando em anúncios de forma ininterrupta ou tráfego automatizado gerado por bots ou programas de computador. “Podemos dizer que isso tipo de prática é uma das formas encon- tradas para praticar golpes em publicidade digital”, explica Michel Primo, da ClickCease - martech israelense especializada na identi- ficação e bloqueio automático de fraudes do tipo. Por meio de inteligência artificial e análise de tráfego, a ClickCease identifica problemas do tipo e bloqueia a origem dos cliques para dificultar ações fraudulentas. É uma maneira das empresas preservarem seu investimento e aju- darem a desestimular a propagação de notícias falsas na internet. Segundo a martech, os cliques falsos correspondem, na média a 20% do total de cliques de uma campanha digital. COMO UM TODO, A INDÚSTRIA DE CLICKS ENGANOSOS CAUSOU UM PREJUÍZO DE US$ 35 BILHÕES EM 2018, DE ACORDO COM A JUNIPER RESEARCH

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