Revista Graphprint - Edição 192

Artigo GRAPHPRINT jul/Ago 2019 48 As cores são parte fundamental do as- pecto visual de um produto impresso. E, quando essas cores não são reproduzidas de modo fiel, como desejado pelo cliente ou pensado pelo designer, o resultado é muita dor de cabeça, trabalho refeito e, claro, perda de dinheiro. Por isso, é fundamental que sua empresa mantenha um programa de controle de qua- lidade no gerenciamento de cores, de modo que não somente as cores sejam reproduzidas fielmente do arquivo digital para a impres- são, como também que todos os envolvidos (desde os donos de marcas, até agências e impressores) possam acessar e compartilhar corretamente esses dados colorimétricos. Aqui, trataremos especificamente de cinco passos que julgamos serem fundamentais para que esse controle ocorra com suces- so - e o produto final seja impresso com a qualidade de cor que seu cliente deseja! PASSO 1 - USE UM ESPECTROFOTÔMETRO A visão humana é totalmente subjetiva, e portanto, não pode ser levada em conside- ração no momento de verificar e ajustar as cores de seu trabalho. Ou seja, no mundo gráfico e da qualidade de cores, o “olhôme- tro” não funciona. Pode parecer estranho es- tarmos falando sobre isso em um artigo, mas, acreditem, ainda há muitos processos que contam unicamente com a aprovação visual no momento de referenciar padrões de cores. Por isso, é essencial que as referências de cores sejam medidas e capturadas com um instrumento apropriado - um espectrofo- tômetro. Esse dispositivo captura e avalia a cor filtrando a luz em faixas de cor mui- to estreitas as quais passam pelo sistema óptico do instrumento e chegam a um receptor. A curva de refletância espectral fornecida por um espectrofotômetro é co- Step by step: Cinco passos para um gerenciamento de cores eficiente mumente conhecida como “impressão di- gital” da cor, porque é exclusiva dessa cor. Isto é, a comparação de dados espectrais é a maneira mais precisa de quantificar a cor. PASSO 2 - ESCOLHA UMA TOLERÂNCIA DE COR QUE SEJA ACEITÁVEL Quando falamos em tolerância de cor, re- ferimo-nos à quantidade aceitável de dife- rença entre a cor que você espera alcançar (chamada de alvo ou padrão) e a cor que você produz (a amostra). A amplitude da tolerância escolhida é im- portante. Se sua tolerância for muito pe- quena, você gastará muito tempo tentando atingir um objetivo inatingível. O inverso também é ruim, ou seja, se sua tolerância for muito grande, você aprovará as cores, mas seu cliente as rejeitará. PASSO 3 - SOFTWARE DE CONTROLE DE QUALIDADE O uso de um software de controle de qua- lidade de cores certamente o ajudará a comparar a cor da produção com os pa- drões, usando tolerâncias para determinar o status aprovado / reprovado, notificá-lo se ele começar a se desviar e ajudá-lo a des- cobrir o que você precisa fazer para retor- nar à tolerância. Basta inserir seus dados de cor de destino, selecionar uma tolerância e medir a cor em toda a produção. O software fará o resto. Nas versões mais atuais, esses softwares ainda geram relatórios e históricos de medições, o que são especialmente úteis quando você trabalha com uma cadeia de fornecimento global , possibilitando assim manter atualizados todos os membros do grupo de trabalho. PASSO 4 - NOVAMENTE, CUIDADO COM A AVALIAÇÃO VISUAL! A comparação visual da cor de um arquivo com a prova impressa pode ser suficiente para aplicações de cores menos rigorosas, mas, se seu objetivo é qualidade e evitar perda de dinheiro e tempo com retraba- lhos, é melhor evitar esse erro. Além da subjetividade da forma como vemos as co- res, existem outros elementos que interfe- rem decisivamente na análise visual, como a iluminação. Além disso, um em cada 13 homens, e uma em cada 300 mulheres, apresentam algum tipo de deficiência na visualização de cor. Todos os que estão envolvidos na avaliação visual devem fazer - e passar - o FM 100 Hue Test porque uma pessoa de controle de qualidade com visão de cores abaixo da média tomará decisões erradas. PASSO 5 - AVALIAR A COR SOB ILUMINAÇÃO CONTROLADA Por fim, mas não menos importante, é necessário que a cor seja avaliada sempre em um ambiente de iluminação contro- lada usando uma cabine de luz, como a Judge QC e SpectraLight QC. Essas ca- bines vêm com fontes de luz que se com- patibilizam com os valores do iluminante padrão da CIE, usados para o cálculo de colorimetria no software de controle de qualidade. Quando tudo estiver de acor- do, você pode tomar decisões de cor de modo mais confiante! *Herta Lenhardt é Especialista de Aplica- ções da X-Rite Brasil POR HERTA LENHARDT*

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