Revista Graphprint - Edição 191

GRAPHPRINT Mai/Jun 2019 17 Sim, é pura realidade que alguns fatores travaram e ainda estão travando a economia do país. Façamos um pequeno exercício de memória para relembrar que a instabilidade política e a greve dos caminhoneiros congelaram o consumo dos brasileiros em itens de luxo no ano passado. Mesmo sofrendo com trancos e solavancos, o mercado de luxo por aqui ainda conseguiu movimentar R$ 26,2 bilhões em 2018 - crescimento de 7,8% em relação a 2017 de acor- do com dados da consultoria Euromonitor Internacional. Vamos agora pegar os estudos da consultoria Bain & Company que são bons termômetros do mercado de luxo. O segmento cresceu 5% em 2018, chegando a um faturamento de €1,2 bilhão (envol- vendo produtos e serviços). E algumas tendências são apontadas pela empresa de consultoria. Algumas delas são: canais digitais envolvidos em toda e qualquer compra de luxo; reinvenção das lojas; atendimento personalizado; consumidores mais jovens e questionadores. O fato principal é que o consumidor, seja ele de luxo ou não, quer absorver experiência mesmo que essa palavra em certo momento possa perder a sua verdadeira essência. Mas é assim que funciona: cliente sai satisfeito com a experiência mesmo que a mesma tenha sido a famigerada compra. Simples assim. É um mercado que vive, não sobrevive, distante da realidade da maioria das pessoas, princi- palmente dos habitantes dos países menos desenvolvidos. Mas há espaço para tudo e todos, basta achar seu lugar ao sol. REPRESENTANTE DO MERCADO No meio gráfico há um produto que representa bem o mercado de luxo. Sim, é o papel especial que pode ser usado para encantar e acompanhar as necessidades dos envolvidos com luxo. A celulose mais chique, por assim escrever, há tempos consegue nutrir de es- perança ações mais complexas, atingindo públicos seletivos e ávidos por novidades. “Sabemos que o Brasil passa há anos por uma crise econômica e que o mercado gráfico tem sido afetado com relevân- cia por ela, porém os papéis finos contribuem para que as pessoas busquem saídas criativas em mercados diversos, como o editorial, o de embalagem e o de artes manuais”, observa Sonia Rodrigues, gerente Comercial & Marketing América Latina da Arjowiggins. Eleger um livro com capa diferenciada, ao invés de usar um cartão normal, faz com que o projeto editorial ganhe valor. “O mesmo passa pelo mercado de embalagem. É comprovado que investir na embalagem aumenta a possibilidade de o consumidor escolher o produto para compra e o investimento de usar um papel especial para compor esta embalagem não é o maior peso no produto final, quando falamos do mercado de luxo. Seguramente é um investi- mento que possui retorno rápido. Ou seja, o mercado de papéis finos está crescendo para mercados antes não explorados, deixando de ser um material utilizado somente para comunicação social”, completa Sonia. O ano de 2019 vem proporcionando um horizonte ainda mais promissor para o mercado de papéis especiais. Essa é a opinião de Daniel Grassiotto, gerente Comercial da Filiperson. “Com a con- solidação dos processos gráficos digitais e consequente diversifica- ção das obras gráficas, a demanda por papéis especiais tem crescido bastante. A possibilidade de impressões com dados variáveis e a versatilidade dos equipamentos têm feito com que muitos novos consumidores pensem em impressos diferenciados e,por consequ- GUSTAVO SILVA, GERENTE DE MARKETING E COMERCIAL BRASIL DA FEDRIGONI: “Os papéis considerados especiais estão sendo tratados no mercado gráfico de forma diferente nos últimos quatro anos, pois as grandes tiragens migraram para pequenas tiragens com acabamentos e quantidades diferenciadas. Por este motivo, a Fedrigoni Brasil Papéis entende que o mercado de papéis finos apresenta um crescimento satisfatório. ”

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